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Pressões obrigatórias dos pneus estão a «travar» os carros em Xangai, acusa Grosjean!

Atendendo ao que se passou nas primeiras duas corridas do ano e, em especial, no Bahrain, o primeiro dia de treinos do G.P. da China acabou com indicações algo fora do vulgar e não, não foi o facto de os Ferrari estarem na frente dos Mercedes. Porque parecem os F1 deste ano mais lentos que os do ano passado na pista de Xangai quando, tanto em Melbourne como, principalmente, em Sakhir, foram muitíssimo mais rápidos?!...

É certo que não há a certeza de que, nas voltas rápidas que os pilotos da Ferrari e Mercedes fizeram com os pneus supermacios, os seus carros tinham os depósitos quase vazios, em condições de qualificação. Mas Kimi Raikkonen fez o melhor tempo do dia, a 1,1 s da «pole» de 2015 quando, há duas semanas, no Bahrain, a «pole» do ano anterior tinha sido claramente batida logo no primeiro dia…

Que os carros de 2016 são mais, bastante mais rápidos que os de 2015 parece já não causar dúvidas. O que se passará, então, em Xangai?... Raikkonen deu uma pista possível. «Não foi um dia ideal. Talvez por causa do vento, não sei, mas a pista estava a escorregar muito. Melhorou um pouco com os supermacios, mas ainda longe do ideal», disse. E a verdade é que se assistiu a diversas saídas dos limites da pista de todos os homens da frente, o que não é vulgar…

Pois foi Romain Grosjean quem levantou um pouco da ponta do véu, ao vociferar contra o que tornou o seu Haas, nas suas palavras, «inguiável», não indo além dos 14.º e 16.º tempos. «Os limites impostos pela Pirelli para as pressões mínimas dos pneus hoje foram ridículos, está tudo exageradamente alto e os carros ficam inguiáveis! Nas ‘boxes’, a pressão à frente é de 23 psi o que é ridículo. Atrás é de 21,5 psi o que ainda nos permite jogar um pouco com a pressão, mas à frente é impossível. Ficamos sem qualquer sensibilidade, é um pedaço de madeira, fica inguiável! Devíamos estar 4 a 5 psi abaixo disso…».

Dizendo que andar com aquelas pressões é como «guiar sobre óleo», o francês comentava: «Talvez nos afecte mais a nós, mas nunca andámos nestes patamares. Já estivemos com níveis elevados, mas quando estávamos nos 20-21 ainda tínhamos alguma margem. Nos tempos dos Michelin trabalhávamos com 13 a 15, em 2012 corria-se com 16 a 18 psi. Agora imagine-se o que é, em pista, a pressão aumentar para 26 psi à frente e 23 atrás, é um carro de estrada!».

Talvez esteja aqui a explicação porque carros claramente mais rápidos que os do ano passado não conseguiram aproximar-se dos tempos da qualificação de 2015. No entanto, Paul Hembery, da Pirelli, já reagiu, dizendo ser ainda muito cedo para julgar os limites mínimos impostos: «Só depois de analisarmos todos os dados do primeiro dia de treinos e os compararmos com a nossa simulação de corrida poderemos tomar uma decisão relativamente a isso».

De qualquer forma, a pressão exagerada não está relacionada com os furos ocorridos no Williams de Massa e no Renault de Magnussen (sempre pneus traseiros), no primeiro devido à quebra de uma jante provocada pelo contacto numa conduta de ar para os travões, no segundo por um problema de suspensão.

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