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Temperatura e pressões dos pneus vão condicionar o G.P. da Bélgica

É natural que hoje, durante o G.P. da Bélgica, assistamos a uma situação ligeiramente diferente ao que se passou nos dois dias de treinos, no que ao comportamento dos pneus diz respeito, com uma situação meteorológica mais favorável. As previsões para Spa-Francorchamps apontam para uma temperatura mais fresca, em torno dos 25 ºC à hora da corrida e até com o sol um pouco tapado – as possibilidades de aguaceiros são pequenas… –, o que deixará o asfalto mais frio.

Isso poderá apaziguar as enormes preocupações dos pilotos e equipas quanto ao funcionamento e rápida degradação dos pneus. Mas não é só a temperatura que os preocupa. A Pirelli, escaldada com os rebentamentos verificados no ano passado – Rosberg nos treinos livres, Vettel na penúltima volta da corrida – impôs elevadas pressões mínimas de funcionamento que estão a deixar alguns pilotos fora de si…

«São uma anedota, nunca corri com pressões tão elevadas na minha carreira», referiu Felipe Massa, piloto com 241 Grandes Prémios, ao referir-se aos 23,5 psi impostos para os pneus dianteiros e os 22 para os traseiros. Quando as equipas gostariam de trabalhar com pressões na ordem dos 15-16 psi… «Pode ser para se defenderem dos problemas que tiveram no ano passado, mas nunca vi valores destes na minha vida e não ajudam nada», concordou Lewis Hamilton.

Jenson Button repetiu nunca ter corrido com pressões tão elevadas e explicou o que isso causa e o que levou os pilotos a fazer na qualificação: «Era incrível, saíamos da 'box' e tínhamos de fazer a volta de saída devagar... Se tentássemos aquecer os pneus antes, quando começássemos a volta de qualificação estávamos sem pneus ao fim de três curvas! Por causa das pressões... Era andar devagar e assim que passávamos a meta os pneus estavam prontos a funcionar!». Imagine-se, pois, o que sucederá na corrida, à terceira ou quarta volta...

A marca italiana confirmou, contudo, que não iria voltar atrás na sua decisão, mesmo com as temperaturas invulgarmente altas que se fizeram sentir em Spa e que colocaram muitos problemas a pilotos e equipas. Em especial porque esta foi a primeira vez que a Pirelli levou para a pista belga os pneus supermacios que segundo o seu próprio director técnico, Mario Isola, «não deverão durar mais de cinco ou seis voltas após a partida». O italiano aposta nos pneus médios e macios como os pneus de corrida.

As dúvidas entre as equipas eram grandes, de tal forma que na Red Bull os pilotos dividiram a estratégia – por desejo de cada um, segundo Christian Horner –, com Verstappen a arrancar de supermacios de 2.º e Ricciardo de macios, de 5.º. «O supermacio é difícil de fazer durar até uma volta inteira!», comentava Ricciardo. Ainda mais com o depósito cheio. «Mas eu acho que esta é a estratégia certa», garantia, depois da qualificação, Verstappen. É fácil: se não assumir a liderança da corrida, não será certamente!

Aqui, a Ferrari poderá estar em desvantagem pois, quando há meses escolheu os pneus para a Bélgica, apenas optou por um jogo de médios para cada piloto (e cinco macios), nunca lhe passando pela cabeça que viesse a estar um fim-de-semana inteiro de temperaturas acima dos 30 ºC e sem uma pinga de chuva… Nesse aspecto, a Scuderia está mais limitada em termos estratégicos, face à Red Bull (4 médios e três macios) e à Mercedes (nove no conjunto das duas misturas, 3+6 para Hamilton, 4+5 para Rosberg).

A estratégia e a gestão dos pneus vai, pois, desempenhar um papel mais decisivo que nunca este ano. Não só na decisão da vitória no G.P. da Bélgica mas também na forma como Lewis Hamilton conseguirá ganhar lugares na sua recuperação desde a última linha da grelha. «O problema é que se se mantiver este calor os pneus sobreaquecem com facilidade e criam bolhas muito rapidamente, perdendo a aderência», explicava Hamilton que o experimentou na sexta-feira até… com os pneus médios, teoricamente os mais resistentes.

Do que se viu até agora, os Mercedes dão-se às mil-maravilhas com os pneus macios, são aqueles com que são mais competitivos e consistentes. O problema é que terão de «calçar» um outro tipo… Numa corrida em que a estratégia irá desempenhar um papel crucial, se a temperatura baixar, tanto Verstappen como a Ferrari poderão ficar um pouco mais aliviados. E Hamilton também!

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