Foi há 60 anos que a Ferrari conseguiu a primeira das oito vitórias que já obteve no G.P. do Mónaco. Obteve-a através de um veterano piloto, Maurice Trintignant, após uma corrida bastante agitada.
Após quatro anos de ausência, o Mónaco voltava a integrar o Mundial de F1, numa altura em que os Mercedes apareciam dominadores com Fangio em destaque, seguidos pelos Lancia liderados por Alberto Ascari que abandonara a Ferrari no ano anterior. Para mais, dos quatro Ferrari inscritos, Trintignant teve de se contentar com o modelo mais antigo, fazendo apenas 0 9.º tempo nos treinos, a três segundos da «pole» de Fangio! Mesmo assim, foi o melhor dos Ferrari.
Na corrida, os dois Mercedes (Fangio e Moss) «desapareceram» na liderança, seguidos ao longe pelos Lancia. Mas esta seria uma corrida cheia de peripécias, a mais famosa das quais foi o mergulho do Lancia de Ascari nas águas do porto monegasco. Antes disso, porém, já os dois Mercedes tinham parado com inesperados (pela forma «robótica» como funcionavam!) problemas mecânicos.
Ao longo das 100 voltas da corrida, Trintignant manteve-se no seu ritmo, subindo na classificação da única forma que um pouco competitivo Ferrari lhe permitia, aproveitando os azares alheios. Às tantas viu-se no 2.º lugar e a pressionar Eugenio Castelotti (Lancia) e fê-lo com tal garra que levou o italiano ao erro, fazendo um pião e entregando-lhe um comando confortável.
Maurice Trintignant, que começara como piloto antes ainda da II Guerra, dava o primeiro triunfo no Mónaco à Ferrari aos 37 anos! Três anos depois voltaria a repetir o feito, dando a primeira vitória no Principado aos revolucionários Cooper-Climax. E foram estas as suas duas únicas vitórias na F1, de onde se retiraria apenas em 1964, já com 46 anos!