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Vencedor do 1.º G.P. do Mónaco… executado como agente secreto

Uma história fascinante e, ao mesmo tempo, trágica rodeia o homem que venceu a primeira edição do Grande Prémio do Mónaco, realizada a 6 de Abril de 1929. Williams Grover-Williams, inglês nascido em Paris, filho de um britânico e de uma francesa, foi talentoso piloto mas acabou… executado pelos nazis como elemento dos serviços secretos britânicos.

Ainda jovem, Grover-Williams inventou o pseudónimo «W. Williams» para participar em provas de motociclismo sem assustar os pais. Mas a sua grande paixão eram os automóveis e foi fazendo provas de pista, ralis e rampas onde chegou a ter algum sucesso. Começou a correr com os Bugatti, tornando-se mesmo amigo de Ettore Bugatti que lhe dava todo o apoio, embora sem o integrar na equipa oficial.

Foi, por isso, num Bugatti pintado de verde, o «british racing green», que Williams se apresentou no Mónaco, para a 1.ª edição do Grande Prémio (este ano realiza-se a 73.ª)… a que chegou atrasado aos treinos, largando da 5.ª posição. Na corrida, contudo, o seu Bugatti n.º 12 bateria o favorito Mercedes de Rudolf Caracciola, tornando-se o primeiro vencedor da prova monegasca.

Retirado em 1936, passou a ensinar os afortunados compradores dos Bugatti a explorarem a fundo as suas máquinas. Os seus dias de «bon vivant» terminaram com a chegada da II Guerra Mundial e o seu recrutamento pelo exército britânico, em que acabaria a integrar os serviços secretos.

Pela sua fluência em francês, foi escolhido para organizar uma das muitas equipas que se dedicavam a recolher informações dos nazis e a operações de sabotagem. Além da sua mulher, também recrutou o rival nas pistas, Robert Benoist para participarem na luta antinazi na II Guerra.

Por uma denúncia, seria preso em 2 de Agosto de 1943 e transferido para o campo de concentração de Sachsenhausen. Seria executado pelos nazis a 18 de Março de 1945, quando os Aliados estavam já perto de libertar os prisioneiros… O Mónaco não deixou «W. Williams» cair no esquecimento: em 1991, o já falecido Príncipe Rainier inaugurou uma estátua sua, ao volante do Bugatti com que venceu o primeiro Grande Prémio, na rotunda da Place St. Dévote, onde fica a primeira curva do circuito.


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Acerca do Autor

Enviado-especial do jornal «A Bola» a largas dezenas de Grandes Prémios, nunca deixou de reportar sobre o Mundial, tendo nos últimos anos alargado a sua experiência aos comentários televisivos.