Parece ser cada vez mais óbvio que, se a Red Bull está na situação delicada em que se encontra para 2016, relativamente à falta de motores para competir, se deve exclusivamente a uma falha da sua percepção quanto às negociações com a Mercedes. E, agora, Toto Wolff, director desportivo da Mercedes, contou a sua versão das negociações e das razões para não ter havido um acordo, contando o que se passou numa reunião em que esteve com Christian Horner, da Red Bull, Bernie Ecclestone e Niki Lauda, presidente não executivo da equipa Mercedes.
A Mercedes exigia, essencialmente, que se cumprissem duas condições. «A primeira era que tivéssemos carta-branca por parte da Renault que é um parceiro industrial da Mercedes e contra a qual nunca faríamos nada. Seria uma quebra de contrato e confiança porque o que envolve a Renault e a Mercedes é muito maior do que apenas a F1, há por exemplo uma fábrica conjunta aqui no México», explicou.
«A outra coisa de que falámos foi que, se fornecêssemos a Red Bull com os nossos motores, haveria a possibilidade de se diluir a mensagem em torno do nosso sucesso porque também eles poderiam ser bem-sucedidos com o nosso motor. Isso seria justo e não nos causaria problemas mas, para o aceitarmos, teríamos de saber que tipo de actividades de ‘marketing’ poderíamos desenvolver conjuntamente a uma escala global», contou Wolff.
E foi aqui, segundo o austríaco, que o negócio «emperrou». «Se íamos colocar em risco o nosso sucesso na F1, quanto poderíamos beneficiar em termos globais com esse negócio? Poderíamos fazer séries especiais dos nossos carros, eventos conjuntos, plataformas conjuntas? Pedimos-lhes então para nos apresentarem a pessoa com quem pudéssemos falar sobre esse assunto. Como se sabe, no final, nada aconteceu…».