Embora tenha felicitado de imediato o seu companheiro de equipa pela conquista da vitória e do título, Nico Rosberg não estava propriamente feliz com o comportamento de Lewis Hamilton na partida, quando o britânico o obrigou a sair de pista na primeira curva de uma forma mais… «musculada», levando o alemão a ser passado pelos dois Red Bull e um Force India.
Rosberg teve mesmo uma atitude inesperada quando Hamilton lhe atirou o seu boné para usar no pódio… lançando-o de volta! E na conferência não escondeu o seu desagrado, embora procurando «segurar-se»: «A partida foi muito agressiva, mas ainda não vi as imagens, preciso de as ver para comentar. Certo é que foi muito agressiva, os carros chegaram a tocar-se! Acho que foi o Lewis que me bateu, mas não quero fazer mais comentários…».
Depois, o alemão perderia a corrida quando deixou que as rodas traseiras patinassem em demasia, perdendo momentaneamente o controlo do seu Mercedes quando parecia ter a vitória na mão: «Sinto-me muito desapontado, não sei o que aconteceu… As rodas patinaram, nunca me tinha sucedido, nem em testes, não consigo explicar foi inacreditável! Foi um golpe muito duro, perder liderança e a vitória…».
Até na festa a direcção da equipa Mercedes volta a ser testada na gestão destes dois «galos» para um único poleiro, sendo que este ano o «galo» Hamilton cantou muito mais alto! Antes de falar dos pilotos, contudo, Toto Wolff destaca a quantidade de pessoas que estiveram por trás de mais estes dois títulos: «Foram cerca de 1200 pessoas que o conseguiram de novo!». Quanto à decisão da época: «O Lewis é um justo campeão, foi brilhante na pilotagem. Talvez tenha tido mais sorte que o Nico por o carro não o ter deixado mal. Agora o Nico está muito desapontado e temos de o apoiar, é isso que dá o equilíbrio à equipa».
História interessante conta Paddy Lowe que participou… nos três títulos de Hamilton, pois trabalhava na McLaren, em 2008: «Trabalhei com o Lewis durante a sua carreira de F1 e estive em todos os seus campeonatos. Não que queira o crédito por isso mas é fantástico! Como sempre sucede na F1, o segredo é conseguir que muita coisa funcione ao mesmo tempo, no mesmo sítio e com os pilotos certos. Trazer o Lewis foi mais um elemento, o Nico já estava e a combinação dos dois é fantástica!».
E quanto à dificuldade de gerir dois egos tão grandes e exigentes, Paddy Lowe diz que… é exactamente o contrário: «Eles têm caracteres muito diferentes, mas conseguem tirar o máximo do carro e puxar um pelo outro. E isso não deve ser subestimado numa equipa. Todos os pilotos têm um mau dia e precisam de ter uma referência do outro lado da garagem. O Lewis não seria tão bom se não tivesse o Nico como referência do outro lado!».