Há poucas provas em que Valtteri Bottas e Lewis Hamilton cheguem com tanta antecedência como o G.P. da Malásia. Afinal, na ausência de corrida na Alemanha, esta é a segunda prova «caseira» para a equipa Mercedes, tal o elevado envolvimento da petrolífera malaia Petronas, não só como patrocinadora principal mas, acima de tudo, como fornecedora e combustíveis, óleos, fluídos para o sistema hidráulico… e até líquidos de limpeza para o W08 EQ Hybrid.
E se todos os anos a festa é enorme, este é ainda mais especial por ser a última edição do G.P. da Malásia, ao fim de 19 anos ininterruptos a receber a mais importante competição automobilística. Uma decisão política levou o país a abrir mão da Fórmula 1, opção que a Petronas não abraçou, até porque já andava na disciplina máxima quando ainda não se corria no seu país e já fez saber que está para ficar: a petrolífera malaia estreou-se na F1 em 1995, patrocinando a Sauber, e renovou o contrato com a Mercedes para prosseguir uma parceria que tem tido grandes resultados nestes últimos três anos, até 2020.
«O nosso envolvimento no desporto automóvel e na Fórmula 1 remonta a 1995, ou seja, a alguns anos antes do nosso primeiro Grande Prémio em Sepang, em 1999. E não temos intenções de parar a nossa presença no desporto automóvel, até porque a nossa parceria com a Mercedes foi muito benéfica nestes últimos anos», assegurou Datuk Wan Zulkiflee Wan Ariffin, presidente executivo da Petronas.
A empresa que sempre deu nome ao Grande Prémio do seu país, desde a primeira e famosa edição de 1999 em que Michael Scuhumacher tudo fez para oferecer a vitória ao colega da equipa na Ferrari, Eddie Irvine, que ainda estava na luta pelo título com Mika Hakkinen (McLaren) que se sagraria campeão. Schumacher estava afastado da luta por ter fracturado uma perna em Silverstone.
Todas as 19 edições (contando já com a deste ano) se chamaram «Petronas Malaysian Grand Prix» e, desde 2010, primeiro ano da parceria com a Mercedes, tornou-se uma tradição uma visita mais prolongada dos pilotos da equipa a Kuala Lumpur, com uma série de acções promocionais, muitas delas com base nas imponentes e belíssimas Petronas Towers.
Este ano o primeiro a chegar, há já cinco dias, foi Valtteri Bottas que não só teve a honra de dar a partida para a tradicional corrida «Orchid Run and Ride» que já junta 6500 participantes, ao lado do presidente da Petronas, como ele próprio participou na prova de 12 km. Ainda que num ritmo não muito rápido para se ir ambientando ao calor e humidade muito elevados que tornam a prova malaia numa das mais duras para o físico dos pilotos. E no final ainda distribuiu orquídeas por muitos dos participantes.
A ele juntou-se, dias depois, Lewis Hamilton para várias acções em que atraem sempre centenas de fãs que querem ver os seus ídolos de perto, tendo mesmo de responder às perguntas de três jovens pré-adolescentes que participaram num anúncio em que também os pilotos entravam. E, claro, não podia faltar o inevitável concurso de trocas de pneus em que Bottas e Hamilton foram os «gunmen» – os homens dos berbequins –, com vitória clara para a equipa do finlandês… apesar de ter ficado com a roda traseira. Pelo meio, há sempre lugar a reuniões com os técnicos da marca que colocam os pilotos ao corrente dos últimos avanços feitos em laboratório para melhorarem o desempenho das suas mecânicas.
Esta será uma prova de grande exigência para ambos os pilotos pela actividade a que estarão sujeitos fora da pista, com permanentes compromissos em nome da Petronas. Mas ambos sabem o quanto devem à companhia malaia quando pensam na forma como os motores Mercedes têm dominado as competições nestes últimos anos. Mais que tudo, qualquer um deles – em especial Hamilton pela posição em que se encontra – estará desejoso por regressar a Kuala Lumpur mesmo nos últimos dias de Novembro: já é da tradição que o campeão do Mundo pela Mercedes viaje directamente da última prova para as torres Petronas para exibir o troféu ganho e agradecer o contributo decisivo da petrolífera malaia nessa conquista!