Se há coisa que Lance Stroll precisava, nestas primeiras provas do Mundial, era de acumular voltas de corrida, para ganhar a experiência que lhe falta na Fórmula 1 e em Grandes Prémios para estar mais à vontade quando chegar às pistas que já conhece. Mas o jovem canadiano anda sem «estrelinha» e, das 170 voltas até agora realizadas, apenas conseguiu fazer 53… Hoje foi Carlos Sainz a pô-lo fora de combate à 13.ª volta e de uma forma algo… grosseira.
O espanhol estava a sair das «boxes» quando Stroll passou por ele na recta da meta mas, ainda assim, o piloto da Toro Rosso teimou em discutir a travagem para a primeira curva metendo o carro por dentro e acertando em cheio na lateral do Williams, abandonando os dois. Claro que, nestas coisas, há sempre dois pontos-de-vista…
«Ele destruiu o flanco do meu carro, entrou pelo pontão dentro!», comentou Stroll. «Eu estava uns 50 metros à frente dele na travagem mas ele atirou-se na mesma e acertou-me. Acabei de ver as imagens e é ridículo… Saía das ‘boxes’, estava a quilómetros e veio acertar-me».
«Sabia que ia ser apertado com o Lance quando saísse das ‘boxes’ e tentei fazer a curva por dentro, nem bloquei as rodas», contou Sainz. «Certamente que ele não me viu, fez a curva e acertou-me como se eu não estivesse lá. Pode fazer-se a curva mas, quando há alguém no interior, tem de se deixar o espaço de um carro. Mas ele não me deve ter visto e não pensou que eu estivesse ali. Optou por correr riscos como se não houvesse ali mais ninguém».
Os comissários não foram da opinião de Carlos Sainz e atribuíram lhe todas as culpas do acidente, punindo-o fortemente: três lugares de penalização na grelha da próxima corrida, na Rússia, e dois pontos na superlicença, somando já sete no espaço dos últimos 12 meses! Um piloto que atinja os 12 pontos em 12 meses é suspenso por uma corrida.
Sainz está a passar por uma fase menos boa da sua carreira, mesmo que até estivesse a fazer uma corrida interessante. Teve uma qualificação terrível, sendo eliminado logo no Q1, ao ficar parado no final de uma volta em que fizera o melhor primeiro sector a nível global, aparentemente por falha do motor… Depois, na corrida fez esta enorme asneira! As duas semanas até à Rússia vão ser úteis para respirar um pouco e recolocar-se no caminho em que estava, a dar nas vistas.
Quanto a Stroll, conseguiu fazer 40 voltas na Austrália até ficar sem travões (problema que tem afectado os Williams), foi atirado para fora na primeira volta na China e, agora, fez apenas 13 voltas. Tem conseguido alguns brilharetes a nível dos treinos livres e na China até já passou ao Q3. Mas as corridas têm sido demasiado curtas, faltando-lhe o acumular de quilómetros que era aquilo de que mais necessitava…