A Pirelli tinha combinado com as equipas de Fórmula 1 que o último dos primeiros quatro dias de testes seria reservado aos pneus de chuva e intermédios. Como não chove em Barcelona, o plano manteve-se de pé mas houve que arranjar forma de conseguir ter a pista nas condições necessárias, até porque o traçado catalão não tem sistema aspersão de água, como em alguns traçados destinados a testes.
Esse trabalho começou ao fim da tarde de ontem, com vários camiões cisterna a ensoparem o asfalto que, com o frio da noite, iria ter dificuldade em seca, ganhando assim uma humidade permanente que facilitará a tarefa na manhã de hoje.
«O plano está delineado», explicou Mario Isola o director desportivo da Pirelli. «Vamos começar por molhar o circuito durante a noite para o deixar bastante húmido. Depois, de manhã, vamos encharcá-lo totalmente e, como não há aspersores de água, vamos usar oito camiões cisterna ao longo do circuito.
«A ideia é passar por todas as condições da pista, do extremamente molhado ao intermédio e ao seco da parte da tarde. Isto será muito útil para as equipas perceberem onde fica o ponto de cruzamento da eficácia entre os diversos tipos de pneus, é importante que percebam esse ponto. Estes pneus são diferentes e, por isso, têm de aprender tudo isso de novo», referiu Isola.
Há um outro detalhe a avaliar logo pela manhã, quando a pista tiver mais água: «Teremos de ver o que vai acontecer com a visibilidade por, obviamente, o ‘spray’ será muito maior. Se se comparar com os pneus de 2016, o piso parece semelhante, mas na realidade teremos mais filas e mais largas o que fará com que o pneu consiga evacuar mais água do asfalto».
Os pneus de chuva com estas novas dimensões também foram experimentados no ano passado, inclusive na pista de Barcelona, onde a Mercedes rodou com Pascal Wehrlein debaixo de… chuva a sério! Para estes testes, a pedido das equipas, a Pirelli levou 67 jogos de intermédios e 45 de chuva.