«Mini revoluções» é como o responsável técnico da Mercedes, Paddy Lowe, define os novos caminhos percorridos pela equipa bicampeã do Mundo de Fórmula 1 para construir o W07 Hybrid com que quer defender um registo impressionante: desde o início de 2014, 32 vitórias em 38 corridas, além dos quatro títulos! «É difícil fazer uma revolução quando as regras se mantiveram, basicamente, as mesmas de um ano para o outro», justificou. «Mas podemos fazer mini revoluções em várias áreas, até em detalhes mínimos, quer se trate de uma suspensão ou da forma como colocamos os componentes no carro».
Paddy Lowe é o primeiro a reconhecer que o W07 é visualmente muito semelhante ao carro que foi campeão em 2015, mas explica: «Pode, de facto, parecê-lo mas, por baixo, há inúmeras dessas mini revoluções que resultam numa grande evolução. Identificámos as áreas em que não éramos tão fortes em 2015 porque o nosso objectivo é a excelência! Houve algumas provas que não correram como o planeado (em especial Singapura) e por isso havia muito a melhorar».
Vejamos, então, alguns dos pontos em que o W07 Hybrid se distingue do carro com que Lewis Hamilton conquistou o seu terceiro título mundial, em 2015. Na frente quase não há alterações, a não ser que a Mercedes esteja já a preparar um outro nariz para Melbourne, pois nas imagens do dia de filmagens de Silverstone parecia que o «bico» do carro era ligeiramente diferente… A primeira grande diferença está no painel vertical ao lado dos flancos, cujo plano horizontal está mais elevado. Os retrovisores estão mais juntos do «cockpit», com apoios mais finos.
Visualmente, a maior alteração é a entrada de ar para o motor e para o compressor, sobre a cabeça do piloto, no W07 claramente mais volumosa e dividida por dois planos oblíquos, além de suportar as duas «orelhas» estreadas no W05 e que o W06 utilizou nalgumas provas. Vista de lado, a entrada de ar não está na vertical mas sim numa posição descendente para a traseira do carro, de forma a permitir o escoamento do ar à sua volta e em direcção à traseira com menos turbulências. A tampa do motor é mais volumosa no topo, para acolher as tubagens inerentes à entrada de ar de maiores dimensões.
Por outro lado, o trabalho feito em termos de refrigeração, com a maior entrada de ar, permitiu tornar a parte traseira inferior do carro mais compacta, reduzindo também as saídas de ar. O que aumentará a eficiência aerodinâmica na zona posterior do carro, ao mesmo tempo que consegue afastar algum do ar quente dos pneus, contribuindo para minorar o seu desgaste. A mini-asa que fica sob a asa traseira, em torno do escape, recebeu também um plano suplementar. Estas são as «mini revoluções» visíveis nas fotografias disponibilizadas pela Mercedes que, certamente, esconderão as evoluções mais importantes do W07 Hybrid que volta a ser o grande candidato à conquista dos títulos de F1.