O director desportivo da Mercedes falou, pela primeira vez, sobre a recusa da marca alemã em fornecer motores à Red Bull, a partir do próximo Mundial de Fórmula 1. Embora sem assumir claramente que não queria dar uma das principais «armas» da sua equipa a um dos principais rivais, o que se compreende, Toto Wolff, em entrevista ao site oficial da F1, foi deixando algumas indicações… disso mesmo.
«Decidimos, juntamente com a nossa administração, que enquanto fornecedores de motores – e como equipa – tínhamos trabalhado dura e longamente para atingir o sucesso que temos hoje, depois de regressarmos à F1 como equipa oficial, em 2010. E por isso escolhemos não fornecer motores à Red Bull. Optámos por continuar com o nosso modelo de negócio, apoiando equipas privadas e independentes, respeitando as relações já estabelecidas actualmente»
Wolff assumiu sempre não ver com bons olhos um eventual acordo de fornecimento de motores à Red Bull que encontrava, contudo, apoio dentro da Mercedes-Benz, nomeadamente a nível do «marketing» da companhia. «Nunca escondi a minha opinião. É a opinião de alguém que é responsável pelo programa desportivo da Mercedes, responsável por 1200 trabalhadores e que também é responsável por representar de forma correcta a Mercedes-Benz na Fórmula 1 – e também de garantir que a marca é correctamente representada por outros». Aqui, uma clara «bicada» à Red Bull pela forma desabrida como criticou publicamente a Renault neste último ano…
Quanto às recentes queixas veladas das equipas-clientes da Mercedes, mas verbalizadas por Felipe Massa que deixou dúvidas quanto ao facto de a Williams poder receber a nova evolução do motor alemão, Toto Wolff esclareceu: «Temos por princípio fornecer a mesma especificação de motor a todas as equipas. Pode haver situações excepcionais como em Monza, onde levámos a cabo trabalho de desenvolvimento que precisava de confirmação em pista, sendo difícil fornecer essas peças às restantes equipas».
Mas, apontando os problemas encontrados por Nico Rosberg, o director da Mercedes também contrapôs: «Não estou muito certo de que os nossos clientes tivessem ficado muito satisfeitos se os seus carros tivessem parado por estarem a usar um motor ainda em desenvolvimento…».