Mercedes, Ferrari e Red Bull foram falar com Bernie Ecclestone para tirar a limpo se aquilo que tinham decidido na véspera, na reunião do Grupo Estratégico da F1, acerca do fim do «policiamento» dos limites da pista se era para cumprir ou não. No fundo foram… fazer queixinhas de Charlie Whiting, o director de prova (da FIA…) que, discordando daquela decisão, voltou a controlar os pilotos à saída da curva 1 de Hockenheim.
Whiting defendeu-se de ter ido contra a decisão do Grupo Estratégico de forma simples: «Permitir que os pilotos alarguem daquela forma as trajectórias sem qualquer consequência é, pura e simplesmente, criar uma pista diferente, mais rápida e com uma escapatória menor. E não podemos contemplar algo assim». E a apoiar a sua teoria tinha números: no primeiro treino tinha havido 93 infracções, com um só piloto a passar para lá dos limites 14 vezes!
Por isso decidiu que, no segundo e terceiro treinos livres, quem ultrapasse o limite mais de três vezes tem de parar para explicar à direcção de prova porque o fez e que esforços fez para tentar evitar a infracção. Apenas não explicou o que sucederá na qualificação e na corrida. Porque, teoricamente, se decidir penalizar os pilotos estará a ir contra as decisões emanadas do Grupo Estratégico.
Até essa altura, contudo, deverá receber uma chamada do seu velho conhecido Bernie Ecclestone com algum recado, depois das queixas das três equipas «grandes» que não acharam piada à decisão unilateral de Whiting. Porque foi a Ecclestone que Mercedes, Ferrari e Red Bull recorreram para levar o «recado» do desagrado geral a Whiting, segundo revelou Maurizio Arrivabene, director da Scuderia.
«Na véspera tínhamos discutido o assunto e tentámos proporcionar um fim-de-semana mais ‘louco’ porque esta pista tem escapatórias que o permitem», contou. «Mas, de repente, começam a controlar toda a gente que cruza a linha branca, como se não tivéssemos acordado nada no dia anterior! Por isso recorremos ao Bernie…». Veremos se a «cunha» funcionou e se, no segundo dia de treinos, a curva 1 volta a ser território «Whiting free» ou se passa a ser cenário… de braço-de-ferro entre a FIA e as equipas!