Sebastian Vettel começa a dar pequenos sinais de falta de paciência com o que começa a ser uma clara «marcha-atrás» da Ferrari. Ou, pelo menos, uma menor velocidade de evolução face ao que se passa com a Mercedes e Red Bull. «Não fomos tão bons como costumamos ser», resumiu o piloto alemão a qualificação para a terceira linha da grelha, acrescentando: «Não andamos aqui para sermos quinto e sextos, queremos lutar pela ‘pole’ aos sábados e pelas vitórias aos domingos».
E isso não tem estado fácil, com as últimas provas a serem decepcionantes. Vettel apenas marcou 14 pontos nas últimas três corridas, baixando de 3.º a 5.º no Mundial. E foi até ultrapassado pelo colega de equipa, Kimi Raikkonen, cuja continuidade na Scuderia tanto defendeu… Em Hockenheim, mais uma qualificação «tristonha» em que foi batido pelo finlandês. «Não me senti confortável no carro. Até estava satisfeito na última tentativa para fazer um tempo, mas a verdade é que não foi suficientemente rápida».
Olhando para a situação geral da Scuderia, Vettel opinou, como sempre, de forma aberta: «Passa-se algo que temos de tentar compreender, onde estamos a falhar e a perder tanto para toda a gente, pelo menos para as equipas que estão à nossa frente. Sabemos que, por agora, a Mercedes está em super forma e é difícil, mas não estamos aqui para acabar em 5.º ou 6.º…».
Vettel – que usa, este fim-de-semana, um capacete especial, com tons de verde e a palavra «Deutschland» a marcar a sua corrida caseira – chega a ser de uma honestidade desarmante quando lhe perguntam se acha que a Red Bull deu um grande passo em frente: «Não foram necessariamente os outros que evoluíram muito, acho que aqui fomos nós que andámos para trás, até comparando com a Force India. Acho que não estamos tão fortes como temos sido e temos de perceber porquê».
A Ferrari está, claramente, a atravessar um período difícil, com uma certa desorientação interna a ter reflexos óbvios no desenvolvimento do SF16-H. Mas Vettel já veio defender a direcção de Maurizio Arrivabene, dizendo que é ele o homem certo para recolocar a Scuderia na direcção certa e no caminho das vitórias. Nesse aspecto, até faz lembrar Schumacher quando teve de defender Jean Todt da fúria dos «tifosi»… antes de começar a época de ouro!