O Grupo Estratégico da Fórmula 1 que se reúne, por estes dias, em Genebra, tem muito que discutir! Só do G.P. da Hungria deste fim-de-semana vêm vários pedidos de esclarecimento de regras, provocados por diversos episódios e que se junta à discussão das partidas em corridas que tenham de começar com a pista molhada.
Ou seja, problemas importantes como a regulamentação de 2017 e até a adopção ou não da estrutura em halo para protecção do habitáculo acabarão por ser discutidos de forma mais ou menos apressada, pois os assuntos «pendentes» da última corrida hão-de, certamente, levar a melhor… Nesta reunião, recorde-se, estarão os representantes das cinco maiores equipas (Mercedes, Ferrari, Red Bull, Williams e McLaren), juntamente com a melhor das equipas pequenas (Force India) e elementos da FIA e da FOM.
Assunto que parece ser mais ou menos pacífico é o fim das partidas atrás do «safety car» em caso de a pista estar molhada, optando-se por fazer algumas voltas antes de um verdadeiro arranque, quando o asfalto se apresentar em melhores condições. Mas este fim-de-semana trouxe novas polémicas e dúvidas.
Logo a começar na qualificação, quando Nico Rosberg obteve a «pole» quando havia bandeiras amarelas numa pequena porção da pista, zona em que até fez o melhor tempo no sector. Os Comissários analisaram o assunto e ilibaram-no de qualquer infracção, mas logo se levantaram muitas vozes (em especial a do seu colega de equipa, Lewis Hamilton) a pedir um esclarecimento das regras das bandeiras amarelas. Vettel comentou: «Acho que estamos a enviar a mensagem errada para os pilotos das fórmulas inferiores quanto ao que se deve fazer quando à dupla bandeira amarela que é prepararmo-nos para parar».
Depois, na corrida, foi a penalização a Button por excessos de comunicação do seu engenheiro quando se queixava de um problema grave de travagem, por o pedal ir até ao fundo. «Pensava que o facto de o pedal do travão não conseguir travar o carro era um problema de segurança e, como tal, estavam autorizadas as comunicações», comentou, sarcástico, o britânico.
Por fim, também Raikkonen se queixou das manobras defensivas de Verstappen e de o ziguezaguear do holandês não ter sido penalizado. «Após um fim-de-semana como este perguntamo-nos se ainda há regras na F1 e não me refiro apenas aos incidentes entre mim e o Max», reclamou o finlandês. «Porque há regras que se aplicam umas vezes e noutras não?», perguntou, referindo-se à polémica dos 107% que foi levantada após a qualificação.
«Actualmente a aplicação das regras é uma farsa e isso não dá uma boa imagem da F1 ao público», conclui Raikkonen. É na clarificação de todos estes problemas que o Grupo Estratégico irá, certamente, concentrar-se. E lá ficam os problemas mais complexos da F1 uma vez mais adiados…