Como é natural, sabe-se pouco ou nada do carro com que a Ferrari irá atacar o Mundial de 2017 e que será apresentado a 24 de Fevereiro, três dias antes do arranque dos testes de Barcelona. Correm, contudo, rumores de que poderá ter formas algo invulgares ditadas pelo túnel de vento de Maranello, uma longa distância entre eixos, uma suspensão traseira mais convencional que a do SF16-H, um motor com uma componente híbrida mais eficaz e… uma decoração toda vermelha.
Esse é um pormenor que está particamente confirmado para o novo carro que, para já, ainda só é conhecido pelo código interno 668. A larga faixa branca que marcava a decoração do carro de 2016 deverá mesmo desaparecer, algo em que tanto Sergio Marchionne como Maurizio Arrivabene concordam, fazendo a vontade a «tifosi» e aos membros da Scuderia que não vêem com bons olhos o branco nos carros de Maranello: desde os anos 70, com as conquistas de Niki Lauda, que nenhum Ferrari com muito branco na decoração conheceu grandes sucessos e o SF16-H não conseguiu uma única vitória…
Além das grandes alterações do chassis ditadas pela mudança dos regulamentos, consta que o «668» (chamemos-lhe assim até 24 de Fevereiro) terá quase 200 mm a mais na distância entre eixos que já era de 3,494 m. O motor também estará colocado um pouco mais atrás, até porque o depósito terá de ser maior para poder transportar 105 kg de gasolina, em vez dos 100 kg de 2016. Constou ainda que o túnel de vento de Maranello tem levado os técnicos de aerodinâmica a optar por formas que surpreenderão pela sua originalidade, mas só na apresentação do monolugar o poderemos confirmar.
Enquanto a suspensão dianteira deverá seguir a solução usada pela Mercedes, atrás a Ferrari deverá voltar a uma configuração mais tradicional, pois a usada no SF16-H – montada entre o diferencial e a caixa de velocidades – teve bons resultados na aerodinâmica, ao permitir um conjunto muito estreito, mas apresentou algumas falhas na capacidade de tracção.
Quanto ao grupo propulsor (designado 062/2), destaque para alterações a nível do motor de combustão interna, o V6 turbo, em especial nas câmaras de combustão que terão um novo sistema de injecções múltiplas, proveniente da colaboração da Ferrari com a Mahle. Por outro lado, essa maior eficiência do V6 deverá reflectir-se também na eficiência do módulo híbrido MGU-H – transforma o calor do turbo em energia eléctrica –, limitando os riscos de fiabilidade dos turbocompressores. Os mais recentes rumores dizem até que a barreira dos 1000 cv já foi ultrapassada!
O projecto do novo carro está agora na fase de construção e montagem, sempre sob a liderança de Mattia Binotto que coordenou 14 equipas de trabalho, segundo a nova organização de trabalho da Scuderia. Dia 24 de Fevereiro, segundo o previsto, deverá haver uma sessão de filmagens na pista de Fiorano, sendo essa a revelação do novo Ferrari ao mundo da Fórmula 1.