Chumbada a ideia de estabelecer um limite de custos do fornecimento dos motores, por veto da Ferrari – a única equipa/construtor que tem esse privilégio na F1 –, a alternativa de encontrar um motor de um construtor independente que possa vendê-lo, a partir de 2017, às equipas mais pequenas por preços muitíssimo menores ganha mais força. Porque essa solução… a Ferrari não poderá vetar!
Esse é, pelo menos, o entendimento que Jean Todt, presidente da FIA, faz do direito de veto renegociado com a Scuderia em 2013 e que lhe dá o direito de travar qualquer proposta ou legislação que «vá contra os seus interesses». Neste caso, uma redução obrigatória do preço enquadrava-se claramente naquela definição.
Mas ao aparecimento de um motor independente, segundo Todt, já não se pode aplicar aquela premissa. «Tentar sugerir um motor-cliente para as equipas não vai contra os seus [Ferrari] interesses? Terei todo o gosto em debater isso». Mesmo alegando que esses motores lhe poderiam roubar clientes, será difícil à Ferrari aplicar o seu veto, pois o mesmo sucede de cada vez que um novo construtor chega à F1…
A parte curiosa da história é que Jean Todt chegou a pensar acabar com esse direito da veto da Ferrari mas, na sua forma de gestão em que procura manter todos contentes, acabou por não «comprar» essa guerra. «Quando cheguei à presidência da FIA, fui confrontado com a questão do direito de veto e devo dizer que fui muito cauteloso porque isso é como ter uma arma. Estaria eu, como presidente da FIA, disposto a oferecer isso?».
Acabou por conceder e conta porquê: «Fiquei surpreendido porque o Bernie [Ecclestone], enquanto detentor dos direitos comerciais, era a favor de a Ferrari ter direito de veto e até as equipas eram favoráveis a dar-lhes o direito de veto também. Seria, portanto, um pouco estranho que aparecesse eu como o único a lutar contra isso…».