A Ferrari ainda «lambe as feridas» de uma prova para esquecer, em que tudo lhe correu mal e, desta vez, muito por culpa dos pilotos… Desde a Austrália-2006 que a Scuderia não ficava «em branco» num Grande Prémio mas, com os abandonos de Raikkonen e Vettel, saiu com zero pontos do México e com uma prova onde nem chegaram a ser protagonistas, ao contrário do que se esperava.
«Foi uma lição de humildade e hoje acabámos por terra», reconheceu o director Maurizio Arrivabene. «Para sermos grandes temos de tocar o céu com um dedo mas depois temos de manter os pés bem assentes na terra. Estamos na Fórmula 1 e estas coisas podem acontecer».
Primeiro foi Raikkonen que partiu do fundo do pelotão porque, à penalização da troca da caixa de velocidades, somou-se outra pela substituição do motor. «A equipa mostrou a sua competência com o fantástico trabalho feito na troca do motor do carro de Raikkonen», salientou Arrivabene. O finlandês até estava a fazer uma boa corrida e a recuperar lugares, até se travar de razões novamente com o seu compatriota Valtteri Bottas, acabando fora de pista com uma suspensão partida.
Para Raikkonen, o piloto da Williams foi o culpado e até encarou o sucedido como uma vingança do acidente ocorrido na Rússia! «Se ele se sente melhor assim… De certeza que ele vai atirar as culpas para cima de mim, mas eu tinha de virar nalgum momento não podia continuar em frente. E ele ainda tinha mais espaço à sua direita…». Não foi o que os comissários acharam, não atribuindo culpas a ninguém, se bem que o ferrarista não tenha grandes razões nas suas queixas…
Já Vettel, perdeu muito tempo logo na primeira curva ao tocar-se com Ricciardo, ficando com um pneu furado. «Não o culpo porque não acredito que alguém o faça de propósito, mas onde queria ele ir?... Não havia qualquer espaço». Depois, encetou uma recuperação, mas fez dois erros de pilotagem, primeiro com um pião e depois com um despiste que acabou a sua corrida.
O alemão pediu desculpa à equipa, mas Maurizio Arrivabene discorda da atitude de Vettel: «Não tem nada que pedir desculpa, estamos nisto juntos! Foi uma pena porque o carro estava de facto muito forte, basta ver os tempos por volta, mas agora devemos olhar em frente e perceber tudo o que não devemos fazer».