«Este ano tínhamos posto como objectivo conseguir duas vitórias e uma já está!». Mesmo tendo passado a tomar conta da Scuderia Ferrari há apenas meia-dúzia de meses, Maurizio Arrivabene faz parte da «família» há muitíssimos anos – como representante da tabaqueira que sempre apoiou a equipa italiana – e, mesmo não extravasando sentimentos, percebia-se a emoção do responsável máximo da equipa pela vitória na Malásia. «Há um enorme trabalho por trás disto, este carro não tem um pai mas 1300!».
«Toda a gente trabalhou tão duro neste Inverno! O meu primeiro pensamento foi para eles, foi por isso que escolhi o Diego Ioverno [responsável das operações em pista] para ir ao pódio, ele representa as pessoas que trabalham dia e noite em Maranello!». Arrivabene tentou, contudo, «manter os pés no chão» e até disse que «ganhar muito cedo tanto pode ser bom como ser mau…».
Mas não deixou de exultar: «Temos um longo caminho pela frente, mas hoje foi uma grande corrida de ambos os pilotos, da equipa e do grande trabalho de Maranello. Não há vencedores isolados, é toda uma equipa que se move. Por isso digo: esta vitória incrível não foi, mas há que manter os pés na terra e a cabeça no trabalho!».
O director técnico, James Allison, estava extasiado com o triunfo de Vettel: «É um dia fabuloso, é uma loucura! Não ganhámos nada no ano passado, mas todos trabalharam tanto para esta época. Não é possível descrever as emoções que sentimos, é apenas extraordinário! A F1 é um desporto difícil, mas ninguém sabe quão difícil excepto os que aqui trabalham. Voltar aos primeiros lugares foi um trabalho gigantesco, calculo que todos estejam aos saltos em Itália!».
Para Allison esta vitória tem ainda o condão de exibir claramente a qualidade do seu trabalho, já que o SF15-T foi o primeiro Ferrari totalmente projectado sob a sua orientação, depois de se ter mudado da Lotus (onde fez o carro com que Raikkonen venceu no regresso à F1!) para a Scuderia, em Maio de 2013. «Estou incrivelmente orgulhoso desta equipa! Todas as equipas trabalham no duro, mas a Ferrari tem ainda de suportar o peso da sua história e as expectativas de toda a Itália, o que torna tudo muito mais duro. Este carro é trabalho meu e de mais de mil pessoas em Maranello. Mas mostrámos que, se trabalharmos seriamente durante muito tempo os resultados aparecem!».
O britânico reconheceu que «o ‘safety car’ tornou as coisas mais fáceis para nós» e explicou: «Nos treinos livres tínhamos percebido que o carro estava rápido e que não desgastava os pneus e isso deu-nos a confiança para não pararmos quando o ‘safety car’ entrou em pista, sabíamos que os pneus durariam muito mais». E terá sido, em grande parte, por isso que conseguiram tão brilhante vitória!