Porque fizeram os dois pilotos da Mercedes 240 voltas nos dois dias de testes realizados no Bahrain, o equivalente a 4,2 Grandes Prémios, com Hamilton a cumprir 97 no primeiro dia e Bottas uma… brutalidade de 143 voltas no segundo? Porque a equipa trabalhou arduamente no estudo da degradação dos pneus que é, segundo os próprios pilotos, onde estão a encontrar mais problemas este ano. E é o que lhes está a condicionar as corridas.
Em velocidade pura já se percebeu que os Mercedes continuam com uma ligeira vantagem, como se prova pelas «pole positions» obtidas nos três Grandes Prémios até agora disputados. Mas, em corrida, em especial quando o asfalto está mais quente ou é mais abrasivo – situações verificadas na Austrália e no Bahrain – os Ferrari cuidam melhor das borrachas, fazendo-as durar mais. Na China, com temperatura baixa, viu-se a Mercedes dominar por completo a corrida com Hamilton.
«Temos trabalho a fazer nesse campo», referiu Lewis Hamilton que já se sabe não ser particular entusiasta destes testes mas que ficou no Bahrain para rodar no primeiro dia. «Temos de melhorar o nosso carro e o nosso conhecimento sobre os pneus, para nos colocarmos em melhor posição para a próxima corrida», declarou à agência «DPA».
Também Valteri Bottas admitiu o mesmo problema com os pneus: «Com o composto mais macio tem sido mais difícil tirar partido do carro, além de que, quanto mais quente está a pista, maior é a luta com o carro. Por isso tínhamos ainda tanto para aprender», comentou o finlandês que, assim, ajudou a esclarecer porque, na segunda paragem, a poucas voltas do fim, Hamilton montou pneus macios e não supermacios como se esperava, para atacar a liderança de Vettel.
Na altura, o piloto britânico questionou a sua equipa se tinham a certeza de serem aqueles os pneus certos por, teoricamente, serem mais lentos. O seu engenheiro respondeu-lhe que seriam os mais eficazes e Hamilton provou-o, com impressionante «cavalgada» nas últimas volta. Agora, Bottas confirma que os pneus mais macios seriam piores… O que pode animar os homens da Mercedes é que o Mundial segue agora para Sochi, na Rússia, pista conhecida pelo seu asfalto… «mesa de bilhar» onde o desgaste dos pneus é mínimo!