A luta pelo tão almejado 5.º posto no Mundial está mais aberta que nunca, com a Williams a 17 pontos de distância e a Toro Rosso a 10. E, com uma evidente evolução na competitividade do R.S.17, é natural que se respire um certo optimismo nas hostes da Renault. Não só para o que resta do campeonato mas também para a próxima temporada, em que a equipa francesa contará com Carlos Sainz, emprestado pela Red Bull.
O sinal mais notório de que a época tem corrido até acima de algumas expectativas vem de Nico Hulkenberg, obviamente o piloto mais cotado. «Acredito cada vez mais firmemente neste projecto e estou certo de que vamos na direcção correcta», disse o alemão que admitiu no início da época ser difícil marcar pontos… e já vai com 42. «O caminho é ainda longo e complexo, estamos conscientes disso, mas tudo avança claramente no bom sentido».
Hulkenberg até poderia ter mais pontos se não tem tido um problema no circuito hidráulico do seu carro em Singapura, já perto do final, quando seguia num tranquilo 4.º lugar. Mas isso não abalou o seu optimismo: «Se compararmos a nossa situação no início do ano e agora, em termos de desenvolvimento, penso que ultrapassámos as nossas expectativas, pelo menos as minhas! Sinceramente, acho que tem sido uma boa época».
Mas agora é também tempo de olhar já para 2018 em que se anunciam duas novidades, uma confirmada e outra… deixada nas «entrelinhas»: o fornecimento de motores pela Renault à McLaren e a possibilidade de uma alteração radical na decoração do monolugar francês. Este último ponto foi aflorado por Ciryl Abiteboul, director-geral da Renault Sport, na apresentação do carro da equipa e.Dams para a Fórmula E (considerada a equipa oficial da Renault), todo pintado de azul, apenas com um friso branco.
«As sinergias entre a Fórmula 1 e a Fórmula E exprimem-se também pela imagem e esta decoração antecipa a evolução da nossa identidade na Fórmula 1 para a época de 2018», declarou Abiteboul, mas sem deixar escapar qualquer outro detalhe. Será que, no próximo ano, o Renault abandonará o amarelo que sempre foi a cor tradicional marca, em favor do azul claro que caracteriza agora a linha de automóveis eléctricos?...
Já em relação à parceria com a McLaren que fez erguer muitas sobrancelhas – num ano em que a Renault já quererá lutar por pódios vai partilhar os seus motores com uma das mais fortes escuderias do pelotão?... –, foi Alain Prost que funciona como embaixador da marca francesa, a desdramatizar e a explicar: «Nestas parcerias, está incluído tudo aquilo que se quiser. Meios, tempo, assistência, o melhor produto possível e, sobretudo, uma exemplar igualdade de tratamentos».
«O motor Renault não será o melhor do pelotão, mas aproximamo-nos e, no próximo ano, já não nos faltará muito face ao Mercedes. E esse pouco que faltar pode ser compensado por outros elementos que contribuem para a ‘performance’. E, nesse aspecto, a McLaren poderá trazer coisas boas para a Renault…».
Porque 2018 será um ano crucial para a equipa francesa que terá de mostrar um efectivo crescimento de competitividade para que comece a ser olhada como candidata às vitórias… pelos pilotos de «primeira água» que poderão ficar livres em 2019. «Há vários pilotos de ponta que terminam os contratos no final de 2018 e nós queremos ser uma hipótese para eles considerarem», disse Prost.
Não afastou, contudo, a possibilidade de manter Carlos Sainz na equipa, embora saiba que não dependerá só da Renault, pois a Red Bull pode fazê-lo regressar… «No próximo ano teremos o Carlos mas ele continua a fazer parte da família Red Bull. Depois, se os resultados forem bons e ele demonstrar o desejo de continuar na Renault, logo trataremos de encontrar uma solução». Como se vê, o plano parece bem traçado, com o caminho bem definido. Resta agora que a Renault cumpra tudo à risca para, em 2019, como está previsto, termos mais uma equipa a lutar pelas vitórias.