Suspirem de alívio os amantes da estética dos Fórmula 1, o desejo da FIA de introduzir a estrutura em halo de protecção dos habitáculos em 2018 poderá estar comprometida, depois da consulta aos pilotos ter resultado num voto maioritário… contra! Não significa isto que a sua adopção esteja já totalmente afastada, mas a posição da FIA fica agora mais fragilizada.
É verdade que a recusa dos pilotos não foi liminar, já que o «não» terá ganho por uma escassa maioria, segundo revelou a revista germânica «Auto Motor und Sport». A FIA terá escrito, em Janeiro, aos 22 pilotos de F1 pedindo-lhes para dar a sua opinião acerca da estrutura em halo. Recorde-se que, depois de ter desistido de a implementar já este ano – por necessitar do acordo unânime de todas as equipas, o que não foi possível –, a FIA solicitou que o halo fosse testado no decorrer da época de 2016, o que quase todos os pilotos fizeram, nos treinos livres de sexta-feira.
Todos estavam, portanto, habilitados a dar a sua opinião. Às 22 cartas que enviou, a FIA terá recebido 16 respostas, com 7 rejeições, 5 aprovações e 4 abstenções ou, mais concretamente, sem uma opinião explícita se era a favor ou contra. Na prática, os pilotos rejeitaram o halo, o que levará a novo adiamento das intenções da FIA em introduzir uma protecção de habitáculo. Até porque, se não se arranjar uma solução até Abril, lá voltaremos à situação em que qualquer novidade para 2018 exigirá unanimidade…
Por um lado, muitos chefes de equipa temem que qualquer estrutura estrague o «glamour» visual dos F1 que continua a atrair os fãs, podendo afastar o público. Por outro, há pilotos que consideram o sistema algo claustrofóbico e continuam pouco convencidos da facilidade de saída no caso de o carro estar virado ao contrário. Apesar de os testes levados a cabo pela FIA, com um F3, terem mostrado que o piloto conseguiu sair rapidamente.
Por fim, a solução alternativa desenvolvida pela Red Bull, o Aeroscreen, também não agrada às restantes equipas, por uma razão… típica da Fórmula 1: todas desconfiam que, no seu desenvolvimento, a equipa de Milton Keynes tenha descoberto alguma vantagem aerodinâmica… E a FIA insiste que a estrutura em halo, feita em titânio, é a única a garantir um bom nível de protecção depois dos testes feitos com diversos dispositivos.
Depois desta «nega» dos pilotos, há um grau muito elevado de probabilidade do halo já não aparecer nos carros de 2018, falando-se agora na possibilidade de adoptar uma espécie de pequeno pára-brisas à frente do piloto. Uma solução que também está a ser estudada nos IndyCars para ser adoptada no próximo ano.