Lewis Hamilton nem queria acreditar quando, antes dos testes, a equipa comunicou aos seus pilotos que o objectivo era fazer cerca de 800 km por dia. «Pensei que tinham enlouquecido! Era uma tontice… Nunca tinha feito tal coisa no passado, o carro nunca aguentava. Mas a verdade é que nunca tive uma semana de testes como esta, o carro funcionou como um relógio! E foi um verdadeiro desafio físico conseguir fazer tantas voltas, dia após dia. É incrível, nunca tinha visto nada assim!».
No final do que considerou «uma semana muito intensa», Hamilton não se atreve ainda a garantir a rapidez do seu carro, até porque nunca «calçou» pneus macios, mas vai tendo uma ideia… «Posso dizer que é fiável, o que significa que temos metade do trabalho feito. Mas estou certo que o carro não é lento», disse o campeão do Mundo que apenas parece não gostar particularmente dos pneus Pirelli deste ano: «Não são melhores, isso é certo, comportam-se como se fossem mais duros, não dão mais aderência. Acho que preferia os do ano passado…».
Apesar de não terem montado pneus mais macios nem terem rodado com pouca gasolina no depósito, Nico Rosberg diz que a equipa consegue saber onde se situa face à concorrência: «Temos estrategas que sabem fazer esses cálculos e que conseguem perceber em que condições as outras equipas rodam e fazer comparações. Por isso sabemos, mais ou menos, onde nos encontramos, mas claro que não vou dizer!».
Quanto aos mais de três mil quilómetros percorridos nestes quatro dias, o alemão explicou: «Encontrámos alguns componentes e peças que acabaram por ceder e que não teriam quebrado se tivéssemos feito apenas 2000 km. Nada que nos levasse a um abandono, provavelmente, mas coisas que não queremos que aconteçam numa corrida, daí a utilidade de termos feito tantos quilómetros».
Mas agora, Rosberg já só pensa em levar o W07 aos limites e tentar extrair todo o verdadeiro potencial do novo monolugar: «Andar às voltas com pneus médios e muita gasolina acaba por não ser assim muito excitante… O que quero mesmo é andar no máximo, com pouca gasolina e é o que espero poder fazer na próxima semana». Aí, a Mercedes poderá tornar-se verdadeiramente assustadora para a concorrência…