E eis que o fantasma de fortes penalizações na grelha começa a pairar sobre Lewis Hamilton, depois de ter visto a Mercedes montar no seu carro, para este G.P. da Áustria, uma unidade motriz totalmente nova. Ou seja, o tricampeão do Mundo atingiu a quota máxima de turbos e sistema híbrido MGU-H para todo o ano (cinco), sendo penalizado quando tiver de usar um sexto.
Devido aos diversos problemas já conhecidos este ano, também em relação aos outros componentes a contabilidade não está famosa: no Red Bull Ring estreia o terceiro motor térmico (V6 turbo), o terceiro sistema híbrido de regeneração de energia de travagem (MGU-K), a quarta gestão electrónica e a quarta bateria. E todos estão igualmente limitados a cinco por ano, o que faz com que se torne virtualmente impossível a Hamilton chegar ao fim do ano sem sofrer, nalgum ponto da temporada uma penalização.
Não significa isto, contudo, que a punição possa estar para breve, já que o piloto dispõe ainda de unidades motrizes que já foram usadas e que podem ser recuperadas para mais algumas provas, mas é inegável que se encontra numa situação de desvantagem face ao colega de equipa e principal rival na corrida ao título, Nico Rosberg, que estreia na Áustria a terceira unidade de todos os seis componentes.
Hamilton mostra-se resignado quando às penalizações que aí vêm mas… pouco convencido do que se tem passado! «Estou a estrear o meu último motor este fim-de-semana e, por isso, há-de haver pelo menos uma corrida, talvez duas, em que deverei sair de último porque hei-de precisar do sexto, quiçá de um sétimo motor. A pior parte é que sou o único piloto Mercedes nesta situação… É difícil para nós como equipa, especialmente por sermos a equipa Mercedes! Ou seja, se houver 40 motores, esperar-se-ia que tivéssemos os melhores 40 motores…».
Mas o Hamilton deste ano é claramente um piloto mais maduro, com a tranquilidade que três títulos no bolso transmite e reage de forma mais tranquila: «Não é agradável ver oito pilotos Mercedes e todos os outros a seguirem o plano normal, ainda com três motores novos quando já só me resta um. Mas nada posso fazer quanto a isso, provavelmente teremos de escolher uma pista onde seja fácil de ultrapassar para assumirmos essa penalização e terei de tentar manter-me optimista. Mas a probabilidade de o Nico vencer e eu acabar em segundo ou mais atrás é, claro, bastante grande».
«Penso que será inevitável sofrermos uma penalização mais tarde ou mais cedo e isso deixa-me furioso!», reagiu o director da Mercedes, Toto Wolff. «Penso que não chegaremos às duas, a equipa está extremamente motivada em resolver este problema e tenho a certeza de que o conseguirão». Spa e Monza serão duas boas pistas para Hamilton aceitar essa penalização, mas é preciso que não conheça mais problemas até lá…