É a polémica do momento e digamos que Lewis Hamilton… se pôs a jeito! Deixou no ar algumas críticas implícitas ao nível dos pilotos do campeonato de IndyCars, depois de ver o que Fernando Alonso fez nas 500 Milhas de Indianápolis, e alguns dos que correm nos «States» não perderam tempo a dar-lhe o «troco». Claro que haverá opiniões diversas acerca dos níveis dos campeonatos de F1 e de IndyCars, mas aqui está uma polémica que não fazia grande falta…
Tudo começou com uma entrevista de Hamilton ao diário desportivo francês «L’Èquipe», em que o piloto da Mercedes teceu algumas considerações sobre os Indycars, após o nível que Alonso atingiu em Indianápolis: «Vi as qualificações e, francamente, o Fernando na sua primeira tentativa consegue o quinto tempo… o que é que isso nos diz sobre a Indy? Vê-lo assinar o quinto tempo, face a pilotos que fazem aquilo o ano todo é… interessante», disse o britânico, sendo muito claro na forma como criticou o nível geral do campeonato norte-americano.
As reacções não se fizeram esperar e uma das primeira foi até de um brasileiro que correu muitos anos na Europa, embora nunca chegando à F1. «Foi um prazer ter o Fernando a correr aqui, na Indy 500. É um tipo humilde, ao contrário de certos dos seus colegas que fizeram comentários sobre os pilotos de IndyCar», comentou Tony Kanaan. «Esse tipo [Hamilton] correu um Mundial com apenas dois carros, no ano passado, e mesmo assim conseguiu perdê-lo e ficar em segundo, se calhar era melhor não abrir a boca…».
«Quando vi os seus comentários, tive de me conter ao máximo para não começar a insultá-lo!», confidenciou Graham Rahal, vencedor da primeira das duas corridas deste fim-de-semana, em Detroit. «Na F1, na sua carreira, ele apenas tem disputado corridas de dois carros, quatro no máximo… Aqui vamos na sétima prova com sete vencedores diferentes! É algo que não sucede noutras categorias do desporto automóvel. Não imagino qual será a sensação de ir para uma corrida e pensar que é só bater o colega de equipa para a ganhar… Isso aqui não sucede!».
Mas Rahal foi ainda mais longe: «Eu punha o Scott [Dixon] no Mercedes um dia inteiro e o Lewis teria mais pela frente do que aquilo que talvez aguentasse!... Garanto-o! Talvez não comigo, mas com o Scott Dixon era garantido!».
Por fim, também James Hinchcliffe saiu a terreiro para defender a sua «dama»: «É engraçado ouvir comentários sobre o nível do nosso campeonato de alguém que passa a vida a correr contra três adversários… no máximo! Aqui, tudo tem de ser perfeito, a estratégia, as bandeiras amarelas têm de ‘cair’ a nosso favor e, já agora, é preciso ter um grande piloto atrás do volante de um carro muito bem afinado!».
Com a Liberty Media à frente da F1, por este andar estaremos em vias de recuperar e ideia velha de 60 anos da… «Corrida dos dois mundos», para comparar quais os melhores pilotos entre os da F1 e dos IndyCars! Historicamente, contudo, os europeus levam vantagem na travessia do Atlântico, pois pilotos vindos da fórmula americana para a F1 raramente tiveram sucesso (Michael Andretti ou Scott Speed), excepção feita ao canadiano Jacques Villeneuve.
