A Mercedes reviu o código de conduta que manteve, nos últimos dois anos, entre os seus dois pilotos, dando-lhes este maior liberdade para se baterem um com o outro. Nomeadamente a possibilidade de escolherem estratégias totalmente diferentes para a corrida, o que estava vedado até aqui! Foi o próprio director da equipa, Toto Wolff, quem o revelou: «Amaciámos as regras, face ao ano passado», assegurou.
Wolff explicou uma decisão que só pode alegrar os adeptos da Fórmula 1, cansados de ver um desfile dos dois carros prateados, sem que um conseguisse passar o outro por estarem obrigados a seguir exactamente a mesma estratégia: «Quando começámos este projecto, em 2013, havia uma enorme pressão sobre a equipa para obtermos resultados e ganhar corridas. Em 2014 conquistámos o campeonato, ‘performance’ que reeditámos no ano seguinte. Mas para o conseguir tivemos de impor um código de conduta aos nossos pilotos».
Objectivos atingidos em dois anos consecutivos, altura de seguir para uma nova fase: «Aprendemos coisas interessantes no ano passado e revimos a nossa posição. O Nico e o Lewis formam equipa há já alguns anos e são uma dupla que funciona muito bem. Acho que lhes devemos e devemos à F1 deixá-los enfrentar-se livremente em pista. Haverá momentos em que será difícil de conviver com isso, mas é mesmo necessário!».
Decisão aparentemente corajosa, em especial num ano em que se espera que a Ferrari apareça, finalmente, a dar luta à Mercedes. A «divisão» entre Rosberg e Hamilton não poderá ser o ideal para a Scuderia reinar?... «Não, não creio», responde Wolff. «Facilitámos o nosso código de conduta por sabermos que os nossos pilotos são capazes de trabalhar em conjunto e que há um profundo respeito entre eles».
Por outro lado, o facto de as comunicações entre os engenheiros e os pilotos estarem, este ano, muito mais limitadas, também ajudaram à decisão: «Haverá muito menos aconselhamento em termos estratégicos, optimização dos pneus ou em dicas de pilotagem. Ou seja, estarão muito mais entregues a si próprios na gestão de todo o carro. E isso é muito bom para o desporto, porque coloca maior pressão sobre os pilotos. Portanto, deixá-los lutar livremente em pista até acaba por se ajustar melhor à nossa estratégia».