Chegou daquelas que definiu como as suas «melhores férias de sempre», a uma pista onde, recordou, «as coisas nem sempre saíram bem» e dominou por completo o fim-de-semana, não só conseguindo a 39.ª vitória da carreira mas alcançando o 80.º pódio, o que o deixa empatado com o seu maior ídolo, Ayrton Senna!
É natural, pois, que Lewis Hamilton estivesse felicíssimo, embora, algumas horas após a vitória, não mostrasse qualquer euforia: «Tive umas férias fantásticas, senti-me super refrescado, foi a melhor pausa que já fiz! E, talvez por isso, não podem imaginar a paz que sinto neste momento», declarou o britânico que só ficava sem palavras quando lhe falavam no empate com Senna… «Tinha 5 anos quando comecei a ver o Ayrton a correr e estar agora com o mesmo número de pódios é algo de surreal».
A corrida tinha sido de tal forma fácil que Hamilton nem tinha muito para contar, além dos habituais agradecimentos. «Foi um fim-de-semana inacreditável, a equipa está a trabalhar de forma incrível e deu-me um carro de sonho! O Nico teve um bom ritmo, estava muito rápido, mas consegui sempre responder e sentir-me muito relaxado dentro do carro. Apenas me preocupei já no fim, quando vi um pneu rebentado que soube que era do Sebastian [Vettel] e aí baixei muito o ritmo, por isso o Nico acabou tão perto».
Hamilton estava ainda mais feliz porque, apesar de gostar de Spa, nem sempre tem conseguido «dominar» a pista belga… «Há pistas em que nos sentimos realmente fortes, mas Spa nem é daquelas que me te corrido melhor. Mas este fim-de-semana estive sempre rápido e consegui fazer a diferença sempre que precisei», comentou o campeão do Mundo que, apesar dos 28 pontos de vantagem, nem quer ouvir falar na revalidação do título. «Quero pensar numa corrida de cada vez e em transformar as boas voltas que tenho feito nas qualificações em vitórias, prefiro funcionar assim».
Cheio de pressa para se meter no jacto privado que o esperava no aeroporto de Liège para regressar sem demoras ao Mónaco, onde o seu primeiro filho pode nascer a qualquer momento, Nico Rosberg não era o piloto mais satisfeito, em especial depois de um arranque totalmente falhado… «Nunca se fica contente por se ser segundo… A partida foi muito má e depois tentei dar tudo. Andámos sempre nos limites, com um carro que é fantástico de guiar. Mas o Lewis fez um trabalho tremendo e só tenho de lhe dar os parabéns porque mereceu vencer. E agora só quero ir-me embora rapidamente porque estamos à espera que o meu filho nasça a qualquer altura e esse é um momento muito feliz que não quero perder!».
Com a sua equipa atravessar um momento de enormes dificuldades, por um lado, e as memórias de um dificílimo G.P. da Bélgica em 2012, por outro, fizeram Romain Grosjean desfazer-se em lágrimas assim que cortou a meta na 3.ª posição. O francês estava mais que feliz e resumiu numa simples frase: «Este é um prémio igual a uma vitória!».
Grosjean resumiria assim a sua proeza em Spa: «Foi um fim-de-semana incrível, com uma qualificação muito boa, apesar da penalização. Mas a equipa trabalhou tão bem e, apesar de a partida ter sido muito difícil, porque nunca esquecerei o que se passou em 2012, foi uma prova magnífica e eles merecem este resultado! Nem acredito que chegámos ao pódio… Na fase final, vi que me estava a aproximar cada vez mais do Sebastian [Vettel] e não era assim que queria conquistar o 3.º lugar mas, às vezes, na vida as coisas vêm ter connosco das formas mais estranhas…».