Numa altura em que o Mundial de F1 não lhes está a correr de feição – desde o regresso das férias que perdeu as três corridas para Rosberg e o comando do Mundial –, Lewis Hamilton deu uma entrevista bastante íntima à revista «Complex», onde fez algumas revelações sobre a sua infância e alguns episódios difíceis por que passou.
«Quando tinha 6 anos sonhava em ser duas coisas quando fosse grande: queria ser o Superhomem ou ser piloto de Fórmula 1. E como, obviamente, não poderia ser Superhomem, escolhi a segunda opção», contou, explicando como acalentou desde cedo essa obsessão por chegar a campeão do Mundo de F1, o que já concretizou por três vezes.
Mas Hamilton abordou também o lado mais difícil da sua infância, quando a cor da pele o colocou em situações difíceis: «Recordo-me também que havia um racismo crescente no bairro onde cresci e que fui, de certa forma, vítima de alguma intimidação na escola. Mas foi tudo isso que me encorajou e que me tornou mais forte. O meu pai sempre me disse: ‘Responde-lhes em pista’ e foi o que eu sempre tentei fazer. Mas nem sempre era fácil, havia muitos miúdos que me gritavam, até professores que me diziam ‘nunca serás piloto, nunca serás ninguém nada vida’. Sempre houve quem tentasse desencorajar-me».
Foi neste ambiente que Hamilton formou a sua personalidade. Que o levou até, a certa altura, a dispensar o próprio pai como «manager»… «Nunca precisei da aprovação dos outros. Eu sei o que quero e sei como trabalho no duro. Sei quais são os meus valores e sei o amor que tenho pela minha família. Conheço bem a pessoa que sou!». A fibra continua lá, resta saber se conseguirá ir buscar as forças necessárias para virar o Mundial a seu favor…