Hoje o «pós-corrida» resumia-se, no fundo, a Lewis Hamilton, não só à sua vitória mas, acima de tudo, ao terceiro título mundial que o deixa empatado com nomes como Jack Brabham, Jackie Stewart, Niki Lauda, Nelson Piquet e… Ayrton Senna. «Sinto-me tão humilde por ter conseguido igualar aquele que sempre foi o meu ídolo», recordou Hamilton o lendário piloto brasileiro.
No pódio estava eufórico e mais ficou quando se viu entrevistado por Sir Elton John que, pouco depois da corrida, daria o concerto de encerramento do G.P. dos Estados Unidos. «Onde irei festejar? No seu concerto, claro, não faltaria por nada deste mundo!!», «disparou» depois de uma vénia ao mítico músico britânico. E só então disse o que lhe ia na alma: «Obrigado à multidão espero que tenham gostado do ‘show’! Não consigo encontrar as palavras certas para vos dizer o que sinto, não o podia fazer sem esta equipa e o que fizeram por mim ao longo destes três anos, bem como todos os que estão em Inglaterra e, claro, a minha família que me segue sempre».
Mais tarde, já na conferência de imprensa, Hamilton puxou o «filme das memórias» bem atrás e contou: «Estou aqui sentado a lembrar-me do meu primeiro título britânico de karting, em que eu e o meu pai fomos para casa a cantar ‘we are the champions’... E agora é incrível pensar que sou tricampeão de F1! Devo tudo à minha família e ao apoio que sempre me deram. Mas também aos meus fãs que me transmitem uma incrível energia positiva!».
Em relação à corrida, voltou a adoptar um tomo algo filosófico: «Se há coisa que tiro deste dia é nunca desistirmos dos nossos sonhos e daquilo que desejamos. Hoje, por várias vezes achei que tinha perdido a corrida. O Nico guiou uma corrida fantástica, aliás este ano ele fez várias corridas fantásticas e tenho enorme respeito por ele. Mas as coisas acabaram por cair para o meu lado…».
Por fim, podem falar-lhe que igualou os números de Sir Jackie Stewart – que diz que Hamilton poderá ganhar cinco ou seis títulos! – ou que é o piloto em actividade com mais vitórias (43), mas só uma coisa lhe interessa: «Nunca quis andar a correr atrás de recordes e estatísticas, mas é verdade que sempre quis fazer algo parecido com o que o Ayrton conseguiu. Os outros não me interessavam muito, é só o Ayrton! Porque números… há-de haver sempre um grande piloto para os bater».