Lewis Hamilton não ficou nada bem impressionado com o Aeroscreen apresentado pela Red Bull em Sochi e que amanhã será experimentado em pista, como solução para a protecção dos habitáculos dos F1. «Parece a porcaria de um escudo de polícia antimotim!», resumiu o tricampeão do Mundo.
Apesar de as opiniões generalizadas apontarem para que, visualmente, seja melhor que a estrutura em halo inicialmente proposta pela Mercedes e, depois, testada pela Ferrari em Barcelona, Hamilton não poupou nas palavras: «Se é para o fazerem, então que fechem mesmo os habitáculos como num caça! Não estraguem pela metade, vão num sentido ou noutro. Aquele vidro é horrível, parece a porcaria de um escudo de polícia antimotim. Temos um fantástico, elegante e futurista carro de Fórmula 1 e depois metem-lhe um escudo antimotim em cima!».
E o piloto da Mercedes continuou a distribuir críticas: «A outra estrutura [halo] em fibra de carbono parecia boa mas o Fernando [Alonso] se calhar não teria conseguido sair do seu carro após o acidente em Melbourne». Para Hamilton, contudo, nem tudo é mau: «É bom saber que a FIA continua a levar a segurança muito a sério, é algo que deve ser constantemente melhorado, desde que não afecte a estética, o estilo e o lado ‘cool’ da F1».
E quando lhe falam no risco, o piloto britânico responde convicto: «Quando entro no meu carro, sei que é perigoso. É o mesmo desde que comecei a correr, aos oito anos. É um risco que estou disposto a correr e que cada piloto que alguma vez entrou num carro está disposto a correr. Quando via F1 em miúdo pensava ‘estes tipos são loucos, podem morrer a qualquer momento’. E agora, as pessoas que começam a ver F1 vêm ter comigo e dizem-me ‘mas é tão perigoso!’. Mas é em grande parte a isso que ficam tão entusiasmados com o que fazemos, retirem esse factor e qualquer pessoa o consegue fazer…».