Que nos perdoem os «tiffosi» pela desfaçatez, mas há uma velha piada que explica porque nunca poderiam os cães jogar «poker»: porque abanariam a cauda sempre que tivessem uma boa «mão»! A que propósito vem isto agora? Depois de tanto ter pedido a toda a equipa para manter um certo «low profile» e contenção nas declarações antes do início do Mundial, Sergio Marcchione, presidente da Ferrari, tendo visto os primeiros testes de Barcelona, não resistiu: «Ganhar corridas é o nosso objectivo e o novo carro é um enorme passo em frente, face a 2016!».
Então, não era para manter o silêncio, como a Scuderia tem feito quase todos os dias em Barcelona, focando-se apenas no trabalho que, tudo o indica, tem estado, de facto a fazê-lo bem? Já teve de se sujeitar à ira da imprensa italiana e de alguns «tiffosi» pelo «blackout» informativo que tem imposto, mas lá vai prosseguindo o seu programa, aparentemente com êxito.
Mas, sob os holofotes do salão automóvel de Genebra, Marchionne não aguentou o… sangue latino e o seu próprio «tifo» pela Ferrari: «O nosso novo carro é fiável, credível e um enorme avanço em relação a 2016. Sigo atentamente os testes de Barcelona e tudo corre pelo melhor. Além disso, tanto o Sebastian como o Kimi se dizem satisfeitos com o carro», declarou.
«O nosso objectivo é vencer, mesmo se não podemos prometer nada até que a época comece. Mas estou muito feliz com a forma como o carro se comporta. O SF 70 H é um F1 claramente melhor que o que concebemos no ano passado, não pelas mudanças no regulamento, mas porque a equipa fez um excelente trabalho em Maranello e na pista», comentou ainda Marchionne, já a deixar escapar uma pontinha de euforia que supostamente devia ficar escondida.
E, embalado pelo que acha ser uma «arma» com potencial para levar a Scuderia de volta aos sucessos, o presidente da Ferrari continuou no seu discurso entusiasmante: «Estamos há nove anos sem ganhar um título e temos de colocar um fim a esta travessia do deserto. Podemos ainda corrigir o tiro e colocar-nos à altura da Mercedes e Red Bull. A Ferrari tem de se tornar de novo invencível, como fomos na era de Michael Schumacher, no início dos anos 2000!». Para quem queria manter o «low profile» até ao arranque do campeonato…