Antes que uma roda gire em Spa-Francorchamps é quase unânime que a Mercedes tem todo o favoritismo do seu lado para a prova com que o Mundial de F1 deste ano retoma o seu caminho. A pista belga, com os seus troços de altas velocidades e curvas muito rápidas, parece feita à medida dos carros prateados, mais os seus potentes motores. No entanto, Toto Wolff procura evitar a todo o custo essa situação de… «já está ganho» e chama a atenção para a esperada reacção da Ferrari e até para a subida de forma da Red Bull.
«No papel, as pessoas podem assumir que Spa serve o nosso carro, pela importância que a eficiência aerodinâmica tem nesta pista. Mas essas conclusões são perigosas, já vimos várias vezes este ano que o ‘livro’ da forma pode ser rescrito de um fim-de-semana para o outro», disse Wolff numa toada claramente defensiva. «Por isso não vamos partir de qualquer princípio. Temos uma série de trabalhos a fazer em pista e vamos tentá-los fazer o melhor possível para maximizarmos o nosso potencial».
Ao contrário do que se possa pensar, a derrota no Hungaroring, última prova antes da interrupção do Mundial, não foi propriamente um abanão no moral da equipa. «A motivação e a determinação da equipa estão mais fortes que nunca. A Hungria mostrei as forças da nossa cama e tencionamos aproveitar a segunda parte da época para demonstrarmos essa força».
Mas Wolff tem a noção de que ainda há muito campeonato pela frente e que a Ferrari tem feito um excelente trabalho, esperando que a luta vá meso até final: «Pelo que vimos na primeira parte da época, o balanço competitivo vai inclinar-se de um lado para o outro, em função dos circuitos».
Uma luta a dois que, de repente, poderá ser baralhada pela entrada em cena de um terceiro competidor que pode roubar pontos à Mercedes e à Ferrari: «A Red Bull passará a ser uma verdadeira ameaça se conseguir construir sobre a ‘performance’ que mostrou na Hungria. Portanto, temos de nos focar no nosso trabalho, manter-nos humildes em relação aos nossos eventuais pontos fortes, diligentes com as nossas fraquezas e levarmos a época corrida a corrida».