Devido à espantosa fiabilidade demonstrada pelo W07, a Mercedes alterou os planos que tinha para os testes de Barcelona e, de forma a «esticar» ainda mais as distâncias percorridas, irá ter os seus dois pilotos a guiar nos últimos dois dias, com Rosberg a pilotar hoje de manhã e Hamilton à tarde, trocando a ordem amanhã. «Com o nível nunca visto de quilometragem já cumprido em Barcelona, queremos manter os rapazes em forma para Melbourne».
A questão é que, fisicamente, as verdadeiras maratonas feitas por Hamilton e Rosberg deixam marcas numa fase tão prematura da época. «Foi como voltar ao ginásio ao fim de um mês sem lá ir, senti-me dorido no pescoço e na zona inferior das costas», revelou ontem Hamilton, no dia seguinte a ter cumprido 156 voltas. «Quando vim para a F1, em 2006, guiava 15 a 20 dias antes de a época começar. No ano passado tivemos 12 dias de testes em que guiei seis e este ano apenas temos oito e só vou guiar quatro, parece-me muito pouco», acrescentou.
Já Nico Rosberg se tinha queixado do mesmo, salientando que, para os pilotos, terem apenas quatro dias para guiar os novos carros, depois de quase três meses parados (porque não há treino que simule a condução de um F1…), é muito pouco. «Imagine-se um tenista ter apenas quatro dias para se treinar antes de um torneio do Grande Slam… Não ia correr bem, pois não?», comentou o alemão.
Apesar de ter feito ontem 172 voltas – 801 km, em linha recta daria para ligar Barcelona a Paris, nunca um V6 turbo híbrido tinha feito tal quilometragem num dia! –, Rosberg foi hoje dos primeiros a ir para a pista. E a Mercedes está a apostada em, dividindo as tarefas pelos seus dois pilotos, passar hoje a fasquia das 180 voltas! Ou seja, três Grandes Prémios num só dia… O que seria exagerado para um só piloto, podendo deixar marcas físicas. Ou seja, acabado de «desembrulhar», o W07 já é mais resistente que os homens que o vão guiar! Falta apenas a derradeira prova da rapidez…