A Mercedes fez questão de clarificar a sua posição em torno do possível caso de espionagem de que possa ter sido alvo por parte do seu antigo engenheiro no departamento de motores, Benjamin Hoyle, afastando oficialmente, num comunicado, quaisquer suspeitas de que a Ferrari pudesse estar por trás daquelas acções ilegais.
«A investigação não mostrou qualquer razão para acreditarmos que tenha sido passada alguma informação para a Ferrari, nem quaisquer documentos entregues no tribunal fazem qualquer alegação a qualquer conduta inapropriada por parte da Ferrari», lê-se no comunicado da Mercedes. «Continuaremos a proteger os nossos interesses, nomeadamente procedendo judicialmente contra o Sr. Hoyle, e continuaremos a proteger-nos contra potenciais transferências inapropriadas de informação confidencial dentro da indústria do desporto automóvel».
A Mercedes reforça que a investigação irá prolongar-se por dois a quatro meses. «Estão em curso averiguações internas, no que respeita à informação confidencial retirada da Mercedes pelo Sr. Hoyle, protegendo de potenciais danos tanto a Mercedes como qualquer empresa que possa potencialmente receber a referida informação».
Recorde-se que Benjamin Hoyle avisou a Mercedes em Maio que pretendia sair no final do ano, tendo posteriormente mantido contactos com a Ferrari para eventual transferência. E que, já afastado do departamento de motores, forçou a entrada no sistema apropriando-se de inúmeros dados confidenciais referentes, entre outros, aos motores usados no G.P. da Hungria.
A Ferrari, por seu turno, também se distanciou rapidamente desta história. Primeiro afirmando que não iria contratar Hoyle, agora de forma mais oficial, pela voz do próprio presidente da marca, Sergio Marchionne: «Não conheço esse engenheiro Hoyle. Nunca recebemos dados do motor Mercedes e tudo faremos para demonstrar que a Ferrari nada tem a ver com este assunto!».