Bernie Ecclestone não cala as críticas às motorizações V6 1.6 turbo híbridas e a sua última declaração – «nunca serão utilizadas na indústria automóvel» – foi prontamente desmentida pelo responsável do programa de motores da F1 da Mercedes, Andy Cowell. «Os carros de série usarão, muito em breve, esta mesma tecnologia!».
E sendo já necessária alguma dose de paciência para esta birra de Ecclestone – que pior ficou quando Mercedes, Ferrari, Renault e Honda apoiaram, no Grupo Estratégico, a manutenção dos actuais motores –, Cowell teve-a para, em entrevista à «BBC» explicar: «Os construtores fazem enormes esforços para melhorar a eficiência térmica dos seus motores para que os consumos baixem», disse referindo-se indirectamente à eficiência térmica dos actuais motores de F1 que é de 40%, melhor que um normal motor Diesel!
«A única forma de tornar um motor de combustão interna mais eficaz é reduzindo-lhe a cilindrada, aplicando-lhe depois um turbocompressor ou um compressor. Em última análise acabamos com motores pequenos com grandes turbos que têm um tempo de resposta elevado. Como o podemos reduzir? Ou equipando o motor com um sistema híbrido ou juntando um motor auxiliar eléctrico ao turbocompressor. É precisamente neste ponto que se encontram os motores de Fórmula 1».
E Cowell acabou por fazer a ligação ao futuro dos automóveis que usaremos nas nossas vidas. «Claro que os carros de série não precisam da potência dos F1, mas o princípio do grupo propulsor será o mesmo. Acabaremos a conduzir carros que, quando travamos, terão um motor eléctrico que se encarregará da travagem, deixando os tradicionais travões de disco só para emergências. E isso é o que estamos já a fazer na F1». Se o problema de Ecclestone não fosse apenas de embirração teria aqui uma boa explicação…