Foi estranha a conversa, na volta de regresso às «boxes», após a vitória em Suzuka, entre Lewis Hamilton e o seu engenheiro, logo levantando suspeitas de que algo poderia não estar bem no motor do Mercedes do britânico. Ao contrário do habitual, em vez das expressões de júbilo ou dos elogios mútuos, ouviu-se um diálogo sobre vibrações que poderiam vir do grupo propulsor… Afinal, segundo a Mercedes, não há nada de preocupante com aquele que é o quarto motor de Hamilton esta época.
O director da equipa, Toto Wolff desvalorizou o assunto – embora consciente de que, se houver de facto algum problema, acabará sempre por se saber… –, explicando: «Não vimos nada de errado na telemetria, vimos todos os parâmetros e temos de perceber o que sucedeu de facto. Calculo que seja daqueles casos em que quem está na liderança e vê o seu maior rival abandonar começa a ouvir barulhinhos em todo o lado. Também nos acontece, seja no muro das ‘boxes’ ou na garagem, só queremos que a corrida acabe».
Mais tarde, também Hamilton foi confrontado com um eventual problema no seu motor e procurou esclarecer as mensagens via rádio: «Não me parece que haja algo de arrado com o motor, apenas senti pequenas coisas e decidi avisá-los logo porque poderia esquecer-me na reunião que iríamos ter muitas horas depois. Fazemos muitas mudanças nos comandos no volante e os turbos fazem ruídos estranhos e vibrações várias, mas não me pareceu que houvesse algum problema».
Se houver, há-de saber-se até à corrida dos Estados Unidos, mas até se pode dar o caso de a equipa trocar os grupos propulsores de Hamilton e Bottas para lhes dar material mais fresco para a fase decisiva da luta com Vettel, o primeiro pelo título, o segundo pela 2.ª posição no Mundial. Porque estes serão ainda os motores n.º 4 estreados na Bélgica, o que significa que terão feito a quinta prova, mas a Mercedes tem em «stock» os grupos propulsores n.º 3 apenas com duas corridas feitas e guardados para os n.º 4 poderem ser estreados antes da entrada em vigor da nova regulamentação mais restritiva do consumo de óleo.
Entretanto, ficou também a saber-se de uma história curiosa e que pode ajudar a explicar a tal minúcia que Hamilton elogiou na sua equipa… Vettel abandonou devido a uma vela defeituosa, detectada apenas quando se dirigia para a grelha. Pois a Mercedes teve de trocar uma vela igualmente defeituosa no motor de Hamilton, descoberta numa inspecção levada a cabo após a qualificação! Sorte ou azar? Minúcia ou menor rigor? Seja o que for, foi assim que se decidiu uma corrida e se abriu a porta do título ao piloto da Mercedes…