Há muito quem defenda que é no início do campeonato que se ganham os títulos e a Mercedes apostou nessa crença, tendo sido, dos três construtores de motores, aquele que mais alterações introduziu para este ano. Ou seja, que mais evoluiu, como se viu na qualificação para o G.P. da Austrália.
O sistema de evolução dos motores de F1, teoricamente «congelados» por cinco anos, é extremamente complexo. Cada alteração é valorizada num determinado número de «fichas» através de uma extensa lista, num total de 66 «fichas», das quais as equipas só podem gastar 32 por época para actualizarem os seus motores em termos de prestações. Outras alterações apenas são permitidas em nome da fiabilidade e a FIA controla rigorosamente qualquer mexida que uma marca faça no seu motor.
Foi a FIA que divulgou a lista das «fichas» já usadas pelas três marcas que participaram no Mundial do ano passado, com a surpresa de ser a Mercedes a que mais gastou, quando eram Ferrari e Renault que tinham de «correr» atrás da marca alemã… As «fichas» gastas foram:
Mercedes | 25 de 32 |
Ferrari | 22 de 32 |
Renault | 20 de 32 |
Em função destas opções, a Mercedes já tem menos evoluções para introduzir no seu motor, guardando Renault e Ferrari mais algumas possibilidades para o decorrer da época. O que também influencia a Honda que, supostamente, não poderia fazer qualquer evolução este ano. Contudo, foi acordado que, para se tornar competitiva mais rapidamente, a Honda teria direito a um número de «fichas» que seria a média das que sobrassem às outras três marcas. Assim, as «fichas» disponíveis por cada marca são:
Mercedes | 7 fichas |
Ferrari | 10 fichas |
Renault | 12 fichas |
Honda | 9 fichas |
As 32 «fichas» usadas este ano por cada marca correspondem, grosso modo, a 48% do motor. Em 2016 as alterações ficam-se pelos 41%, baixando para 32% em 2017, 23% em 2018 e apenas 5% em 2019 e 2020. Tudo em nome do controlo dos custos!