Ao longo das últimas semanas várias foram as vozes que se queixaram de que a Mercedes estava a dar cabo do interesse da Fórmula 1, pelo domínio que vem exercendo. Uma dessa foi, curiosamente, a de Christian Horner, director da Red Bull, equipa campeã quatro anos consecutivos… Toto Wolff decidiu colocar as coisas em perspectiva e explicar, de forma muito clara, que, concordando até com os malefícios do domínio da sua equipa, não é a ele que cabe fazer algo para melhorar a situação em 2016! Quando as «acusações» são tolas, não há nada como nos explicarem… o óbvio!
«Claro que gostaríamos de ter uma concorrência mais forte», respondeu o director desportivo da Mercedes, quando interrogado sobre se gostaria que a Ferrari desse mais luta em 2016. «Mas isto é um desporto, não é ‘wrestling’. Não podemos escrever um guião e segui-lo à risca… É um desporto com um cronómetro e o cronómetro nunca mente. Se fizermos um bom trabalho, somos rápidos e ganhamos corridas e campeonatos. Se não, não ganhamos».
Wolff prosseguiu: «Para bem da F1 é claro que desejamos que haja mais competição – e com a Ferrari como o nosso melhor ‘inamigo’ –, isso certamente que melhoraria o espectáculo. Mas não é algo que esteja na nossa agenda. Não somos proprietários dos direitos comerciais, não vendemos publicidade, não somos responsáveis pelos comentários das transmissões televisivas. Claro que temos consideração por todos eles mas o nosso objectivo e a nossa razão de existirmos é apenas a necessidade de ganhar corridas e campeonatos!».
Toto Wolff exprimiu ainda uma posição curiosa face à forma como a Ferrari tem lidado com a FIA na discussão de alguma regulamentação, mostrando sempre posições muito mais fortes que a Mercedes. Fê-lo, há um ano, quando obrigou a FIA a permitir o desenvolvimento dos motores ao longo da temporada e, mais recentemente, quando levou a entidade federativa a alterar as regras dos estudos aerodinâmicos, devido à sua colaboração com a Haas.
«Nós somos a Mercedes e trabalhamos num ambiente mais… seguro, embora com uma filosofia muito dinâmica e competitiva», começou por justificar Wolff. «Não somos a Ferrari, não estivemos desde sempre neste desporto. Por vezes há formas de encarar as regras, maneiras de interpretar os regulamentos que podem dar alguma vantagem. E, aí, essa diferença pode reflectir-se nalguma desvantagem para nós, mas as coisas são assim mesmo e isso não é um problema».