A Mercedes revelou que, ao contrário do que vimos nas imagens televisivas, a dominadora dupla obtida no G.P. da Rússia teve contornos muito mais dramáticos… É verdade que foram públicos os problemas de pressão de água no carro de Hamilton e que a equipa revelou que chegou a temer pela mecânica de Rosberg mas, agora, detalhou em comunicado tudo o que se passou. Com a cereja no topo do bolo: o novo recorde da pista de Sochi foi estabelecido por Rosberg com o carro… em modo de segurança!
Mesmo descontando uma eventual dramatização para efeito psicológico sobre a concorrência, parece que o esmagador domínio esteve mesmo à beira… da derrocada! O comunicado da marca alemã tem ainda a parte curiosa de mostrar como funcionam agora as comunicações com os pilotos em casos de emergência… E o primeiro a ter problemas foi até o carro de Rosberg.
«Logo após a paragem nas ‘boxes’ detectámos um comportamento alarmante da unidade MGU-K [sistema híbrido de recuperação de energia de travagem] no carro do Nico. Durante algumas voltas assegurámos-lhe que tinha uma boa vantagem sobre o Lewis e que podia abrandar o ritmo, até recebermos autorização da FIA para lhe dizermos para mudar as regulações no volante, de forma a controlar o problema».
«Ao volante, o Nico não tinha ideia do ‘stress’ que vivíamos no muro das ‘boxes’. Mas quando fez a melhor volta da corrida, na penúltima volta, ainda estava nesse modo de ‘segurança’, o que mostra bem a competitividade que o carro tinha neste fim-de-semana».
Pouco depois do problema de Rosberg, os alarmes soaram do lado do carro de Hamilton. «Começámos a ver a pressão de água a cair, na altura em que ele forçava o ritmo para se aproximar do Nico e fugir ao Kimi. Tivemos, de novo, de esperar pela confirmação da FIA do que lhe podíamos dizer pelo rádio e, após vários pedidos para ele acalmar o ritmo, tivemos luz-verde para lhe explicar que estava a perder pressão de água».
«Com zero – sim, zero! – pressão de água para as últimas 16 voltas, o trabalho que ele fez para cuidar do carro e mesmo assim manter o 2.º lugar foi notável! Tinha de arrefecer o carro o mais que lhe fosse possível para não danificar o motor, mas ao mesmo tempo manter o Kimi longe. Sinceramente, não sabemos que milagre aconteceu para aquele carro chegar ao fim… mas certamente que não nos vamos queixar!».