Era uma das grandes novidades para a «nova» Fórmula 1 de 2017, motores com mais de 1000 cv de potência! Mas… e se a Mercedes já tiver passado essa barreira?! É o que consta no «paddock», depois da evolução do motor estreadas no último G.P. da Bélgica e depois de terem sido reveladas algumas medições feitas, externamente, durante a qualificação do último G.P. de Singapura.
Na fase decisiva para a discussão da «pole», quando se sabe que os pilotos da Mercedes utilizam um modo específico da gestão electrónica dos seus motores para lhe darem mais um… «empurrãozinho», houve alguém interessado no circuito de Singapura. Consta até que foi um elemento de uma marca não envolvida na F1 e que estava a fazer uma recolha de dados, através de um método muito simples e que é utilizado há décadas para os engenheiros conseguirem calcular a potência dos motores dos rivais…
Passa por gravar o som do motor numa zona de potência máxima e, depois, através da análise sonora, conseguir determinar a «performance» do motor a gasolina, a que se junta depois os cavalos que se calculam provir de todo o sistema eléctrico. E a conclusão é que o motor Mercedes, durante um período bastante razoável de uma volta de qualificação, consegue debitar um pico de mil cavalos!
Hamilton e Rosberg dispõem daquilo a que chamam o «botão mágico» e que é, afinal, um comando que selecciona um modo da cartografia do motor V6 turbo que pode ser usado durante 50 segundos e que se calcula que lhes dê mais 80 cv. Esta é uma hipótese que Ferrari, Renault e Honda não dispõem e explicará muito das 14 «poles» em 15 provas.
Tem de se reconhecer que o trabalho feito nestes motores 1.6 turbo híbridos é, de facto, notável, tendo já ultrapassado em muito a potência dos anteriores V8 2.4, apesar da limitação do débito de combustível a 100 kg/h às 10.500 rpm e da proibição de alguns materiais exóticos anteriormente usados… Quando este motor Mercedes apareceu, na Bélgica, falou-se logo em 980 cv (números, obviamente, não confirmados pela marca), antes mesmo desta medição agora feita apontar para um pouco mais de mil…
Mas trabalhando a partir dos 980 cv, mesmo retirando os 80 cv do tal «botão mágico» e os 160 cv que se estima virem do sistema híbrido, chegaríamos a um valor de 740 cv para um motor de 1,6 litros turbo! E motores que tem de durar, em média, quatro a cinco fins-de-semana de Grande Prémio…
Fazem menos barulho? Claro, pela influência nefasta da válvula «wastegate» (inerente ao motor turbo) e pela limitação de rotações. Mas que são peças incríveis de tecnologia e fabulosos laboratórios para avanços de que haveremos de beneficiar nos nossos carros futuros, que não haja dúvidas disso!