Os motores da Mercedes, Ferrari e Renault estão já num ponto de grande equilíbrio, havendo entre eles uma diferença inferior a 0,3 s num circuito como o de Barcelona. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo pela Federação Internacional do Automóvel durante as primeiras três corridas deste ano e que fazia parte de um acordo entre os construtores de motores para garantir uma convergência de competitividade, na sequência da decisão de acabar com as polémicas fichas de desenvolvimento.
Os resultados do estudo, que colocam Mercedes, Ferrari e Renault separados por apenas 0,3 s por volta – e que já provocou alguma polémica – foram divulgados às equipas na última reunião do Grupo Estratégico e, entretanto, explicados pelo director de prova, Charlie Whiting: «Esta convergência entre as unidades motrizes fazia parte do acordo estabelecido entre os construtores no ano passado, num sistema que deveria ser verificado ao longo das primeiras três corridas. Essa convergência foi definida como sendo três dos quatro motores separados por 0,3 s numa volta à pista de Barcelona».
O problema foi conseguir chegar a esses resultados… sem que se corresse na pista espanhola! «Recolhemos todos os dados de todos os motores nas primeiras três corridas e temos alguns engenheiros de simulação em Genebra e o nosso responsável de motores, Fabrice Lom», explicou Whiting. «Reuniram-se e analisaram todos aqueles dados, segundo o método decidido e acordado pelos quatro construtores de motores, para procederem a essas simulações e assim chegarem a um tempo de uma volta a Barcelona. Fizeram-no, anunciámos os resultados na reunião do Grupo Estratégico e a conclusão é de que temos uma situação de convergência de prestações».
Ao que se sabe, a Red Bull não ficou nada satisfeita com os resultados desse estudo, defendendo não ser possível que o propulsor construído pela Renault esteja tão próximo dos da Mercedes e Ferrari, mas Whiting defende as conclusões dizendo que a FIA apenas seguiu os procedimentos definidos pelos próprios construtores… «Foi algo que eles assinaram e em cuja metodologia concordaram».
«Os quatro construtores reuniram-se durante horas e inventaram este método extremamente complexo. Claro que isto foi feito pelos construtores e não pelas equipas. Admito que haja algum elemento de surpresa nos resultados, mas a verdade é que temos uma situação de convergência, segundo foi definida pelo sistema decidido e que não podemos agora renegociar… Todos sabiam como iria ser feito o estudo, agora está feito e são estes os resultados».
Charlie Whiting referiu ainda que este estudo pretendia apenas aferir o equilíbrio entre três dos quatro motores, não pretendendo a FIA com isso criar qualquer medida de excepção para a Honda poder evoluir o seu grupo propulsor. E acrescentou que a entidade federativa irá continuar a monitorizar o equilíbrio entre as unidades motrizes, utilizando o mesmo método, para garantir que a diferença entre elas não é superior a 0,3 s.
Num «à parte» final, este estudo parece dar razão a Sergio Perez que, na véspera dos primeiros treinos para o G.P. da Rússia, fez arregalar muitos sobrolhos ao afirmar que o motor Mercedes já não era o mais potente da F1, tendo já sido ultrapassado pelo da Ferrari e apanhado pelo da Renault… A FIA deve ter concordado com o mexicano.