A Mercedes provocou grande agitação entre os fotógrafos presentes no circuito de Barcelona na manhã do último dia de testes, ao apresentar-se com uma nova frente, redesenhada para incluir uma conduta adicional do ar mas… será que poderá vir a correr com esta inovação? Neste momento, não! Não pela inovação em si, mas por a asa dianteira não ter sido sujeita aos testes obrigatórios de deflexão para ser homologada.
A Mercedes sujeitou esta nova frente do W07 aos «crash tests» da FIA, obrigatórios para o carro poder participar nos treinos de Barcelona. As regras obrigam, contudo, a que os monolugares, para participarem nos Grandes Prémios, passem por um teste de deflexão das asas dianteiras que não poderão dobrar mais de 10 mm na vertical, quando uma força de 1000 N é aplicada nos pontos a 675 e 975 mm à frente do meio da roda dianteira e a 720 mm do meio do carro.
Mas este é um exame que faz parte da verificação técnica realizada em cada Grande Prémio que determina se o carro está ou não legal, não sendo um teste para a homologação de um monolugar. Portanto, esta nova frente terá de passar o teste de deflexão antes do G.P. da Austrália. Porque uma asa que «dobre» em demasia é considerado um apêndice aerodinâmico móvel, o que é proibido por regulamento.
O problema é que a Mercedes está ainda a trabalhar neste aspecto, pois o conceito desta nova frente implicou que os dois pilares que suportam a asa dianteira não só tiveram de se tornar muito mais finos como a parecem «agarrar» mesmo por uma zona milimétrica. Se a equipa não conseguir que aquela zona se torne suficientemente rígida, terá de avançar mais os dois pilares ou torná-los mais grossos, o que poderá influenciar negativamente a circulação do ar com que pretendiam que aquele conceito da conduta funcionasse.