O novo formato da qualificação, teoricamente inventado para que haja mais acção em pista e obrigue a que os carros estejam permanentemente a rodar, poderá afinal virar-se contra os intentos iniciais e acabar mesmo por prejudicar o espectáculo que a Fórmula 1 pretenderia ver melhorado… Essa é a opinião expressa pelos dois principais responsáveis pela equipa Mercedes, Toto Wolff e Niki Lauda, numa altura em que, na verdade, ninguém sabe bem o que esperar destas novas regras.
Aliás, Wolff resume bem a estupefacção geral, até dos próprios envolvidos na F1, em relação às alterações decididas tão em cima da hora, sendo certo que nem as próprias equipas perceberam ainda muito bem como lidar com este novo formato… «Mal conseguimos acreditar que se trata de um desporto global quando se mudam as regras desta forma, mesmo em cima do começo do campeonato…».
Niki Lauda, presidente não-executivo da equipa Mercedes, deu um lamiré acerca do que podia acontecer com o novo formato da qualificação, a já chamada «dança das cadeiras», ao avançar: «O objectivo é ter mais pilotos em pista mas, agora, começo a pensar que o que vai suceder é haver menos acção nos minutos finais de cada parte da qualificação», disse o tricampeão do Mundo de F1.
Lauda baseava-se numa análise mais concreta feita pelo principal responsável da equipa bicampeã do Mundo, Toto Wolff, que defende que tudo se decidirá nos primeiros minutos de cada treino: «O ideal será ir logo para a pista com pneus novos e estabelecer o melhor tempo possível. No Q3 isso poderá significar que não haverá carros em pista nos últimos oito minutos porque, nessa altura, já só teremos pneus usados e não valerá a pena tentar bater a marca feita anteriormente com pneus novos… Vai ser uma confusão».
Estas críticas parecem fazer algum sentido, o que não quer dizer que as coisas se passem mesmo assim. Na verdade, o mais certo é, no próximo sábado, assistirmos a um sem-número de estratégias diferentes para abordar uma qualificação diferente, em que cada cabeça ditará a sua sentença. Para o bem da F1, esperemos que não se confirme o cenário traçado por Wolff…