Pistas rápidas, de média velocidade ou muito lentas, como se viu no Mónaco, o Ferrari SF70H está à vontade em todas elas e tem-se mostrado, até aqui, o carro mais competitivo do Mundial deste ano. Esta não é propriamente uma novidade, o que é novo é, no meio do discurso «low profile» e de cautela absoluta adoptado este ano pela Scuderia, um seu elemento preponderante assumi-lo!
«Podemos dizer que o nosso carro deste ano se sente à vontade em todo o tipo de pistas», afirmou Mattia Binotto, o discreto director técnico da Scuderia que parece, de facto, ter liderado um projecto vencedor. Mas o italiano volta de imediato ao tom cauteloso: «Devemos continuar a evoluir e a progredir a pouco e pouco. Não podemos subestimar a importância das evoluções que cada equipa prepara para o muito que ainda falta nesta temporada».
O Ferrari já se tinha mostrado competitivo em pistas de média velocidade e até em traçados mais rápidos – ainda não chegámos aos «templos da velocidade»… – e a verdade é que Vettel foi sempre 1.º ou 2.º. E, na verdade, só na China não lutou pela vitória, em todas as restantes provas, mesmo nas que não venceu, esteve na luta, ficando até nalgumas com dúvidas acerca da influência da inoportunidade de um ou outro «safety car»… Faltava, contudo, a prova final, de um traçado lento e de elevada carga aerodinâmica. A prova monegasca esclareceu as dúvidas… e de que maneira!
«A dupla que conquistámos no Mónaco prova que o nosso SF70H se comportou bem em todas as condições que encontrámos ao longo do fim-de-semana», prosseguiu Binotto. «O que é sintomático por ser uma pista onde rodamos sempre com o máximo de apoio aerodinâmico». Ou seja, o técnico italiano percebeu que, numa situação extrema – a configuração do Mónaco não deverá ser repetida, nem mesmo em Singapura – o SF70H continuou a liderar o pelotão.
É claro que, do lado da Ferrari, se aguarda sempre uma resposta da Mercedes. Mas, desta vez, é bastante evidente que os papéis se inverteram e que é a Scuderia que tem o carro mais evoluído e competitivo, que usa melhor os pneus mais largos desenvolvidos pela Pirelli para este ano. E que cabe à Mercedes o papel de perseguidor, procurando recuperar o atraso, o que a equipa tricampeã parece estar com dificuldades em conseguir!