Os monolugares de Fórmula 1 «esmagaram» os recordes de praticamente todas as pistas por onde passaram este ano mas, segundo as previsões que a Pirelli entregou às equipas, poderão ser muito mais rápidos ainda no próximo ano! Melhor conhecimento dos regulamentos e pneus mais macios poderão tornar os monolugares até dois segundos por volta mais velozes!
Este ano, os novos F1 cumpriram e, por vezes, suplantaram as promessas feitas quando os novos regulamentos foram apresentados, em 2015, se os tornar cinco segundos mais rápidos. Mas, em 2018, segundo Mario Isola, responsável da Pirelli Motorsport, as evoluções poderão ser surpreendentes, em especial porque este primeiro ano serviu para que os engenheiros percebessem, na prática, tudo o que há ainda para explorar nos novos regulamentos. O que leva a esperar monolugares bastante mais rápidos logo nos primeiros testes, a partir de 26 de Fevereiro!
«No início da época os carros deverão ser um segundo mais rápidos por volta mas, com o habitual ritmo de desenvolvimento ao longo do ano de 1 a 1,5 s, no final da época deverão ser dois segundos mais rápidos por volta», referiu Isola. É, aliás, natural que o sejam já na Austrália, onde este ano os novos caos estavam ainda muito «verdes», quando no final do ano já havia maior compreensão da nova aerodinâmica que será explorada com maior eficácia em 2018…
A acrescentar a isso, há a movimentação da Pirelli que tornou toda a sua gama de pneus mais macia. Mesmo mantendo a escolha de pneus de 2017 para o próximo ano, na Austrália, na verdade as borrachas serão mais macias, logo mais rápidas. «Tendo optado por pneus mais macios, os carros poderão se ainda mais rápidos».
Mas nem tudo será a favor dos carros, pois há que contar com o aumento de peso, em monolugares que os pilotos lamentavam já serem demasiado pesados… «Temos de nos lembrar que haverá os quilos adicionais do Halo que deverão custar três a quatro décimos, pelo peso mas também pelas implicações aerodinâmicas». A FIA aumentou o peso mínimo obrigatório em 6 kg para o próximo ano, mas já tinha tonado estes carros mais pesados esta época para acomodar as rodas mais largas…
Na F1 há uma bitola que estima em três décimos o «preço» a pagar por cada 10 kg a mais no carro. O Halo, em si, pesa menos que isso, mas as equipas já perceberam que o problema pode, afinal ser bastante mais complexo. Para que os carros consigam passar os rigorosos testes que a FIA fará nos pontos de ancoragem do Halo com o chassis, terão de introduzir reforços de tal ordem que o peso adicional poderá atingir, segundo cálculos da Force India, os 14 kg! Para mais numa zona elevada do carro, com consequências no cento de gravidade. Ou seja, numa época em que os regulamentos técnicos quase não mexem, os projectistas tiveram muito com que «queimar as pestanas»…