É bom que, na próxima época, a relação entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg seja menos tensa e mais cooperante do que foi este ano ou a direcção da equipa Mercedes poderá tomar medidas drásticas quando chegar à altura de estudar a composição da dupla de pilotos para 2017! O «aviso à navegação» foi deixado, de forma muito explícita, pelo director da equipa, Toto Wolff, numa entrevista ao site Motorsport.
«Se tivesse de analisar quais são os pontos fortes e fracos da nossa equipa, diria que os mais fortes são a qualidade e o carácter das pessoas que compõem o grupo. Mas a nossa maior fraqueza é a dinâmica da relação entre os pilotos e, por vezes, entre os pilotos e a equipa», assumiu frontalmente Toto Wolff, explicando: «Este ano passaram-se muitas coisas longe dos olhares públicos. Senti que a equipa esteve mais forte e unida que nunca, mas a relação tensa entre os pilotos é uma das nossa fraquezas e isso não é bom».
Mas o director desportivo da Mercedes não se ficou pelo simples diagnóstico, deixando no ar um aviso muito sério para os seus… «meninos». «Há três anos decidimos ter dois pilotos rápidos e talentosos para que a equipa progredisse mais rapidamente. Mas ultimamente temo-nos debatido com o problema de ganharmos uma corrida no domingo e ficar com o outro piloto sempre chateado… Ora isso acaba por afectar a equipa e tem de terminar!». No Abu Dhabi foi de novo Hamilton a pôr em causa a estratégia usada pela equipa e os modos do motor utilizados, mas outras provas houve em que foi Rosberg a «espalhar» dúvidas…
«Mais para a frente teremos de perceber se esta é a melhor opção para a equipa. A personalidade e o carácter são ingredientes cruciais para o sucesso colectivo e teremos de tê-lo em consideração quando tomarmos uma decisão em relação à constituição da equipa», referiu Wolff que, interrogado se estava a insinuar que a Mercedes poderia passar a ter um primeiro e um segundo piloto, apenas respondeu: «É importante ter pilotos talentosos e rápidos nos dois carros. Mas queremos trabalhar com tipos simpáticos!».
Nesta luta interna, aparentemente quem estará em posição mais frágil será Nico Rosberg e não só por não ter conquistado qualquer título mundial: o seu contrato com a Mercedes termina no final de 2016, enquanto Lewis Hamilton prolongou o seu vínculo com a equipa até 2018. Na Fórmula 1, contudo, isto vale o que vale…