Toto Wolff, director desportivo da Mercedes, defende que se deveria parar com o discurso negativo sobre a F1 que alguns dos seus intervenientes vêm fazendo: «Temos o dever para com a F1 de não a menorizar. Nós somos, vocês [os «media»] são embaixadores da F1 e quando andamos sempre a pegar nas coisas más acabamos arrastados para uma espiral negativa de controvérsia. E não me parece que isso seja bom para a F1». Aleluia, finalmente alguém com um mínimo de bom senso!
E Wolff não renega a discussão, o debate de ideias e até a controvérsia: «A F1 também é feita de controvérsia, dentro e fora das pistas. E, se tirar o meu ‘chapéu’ da Mercedes, olhando para o que o espectáculo da F1 oferece, acho que é um bom espectáculo. Será bom haver uma equipa a ganhar regular ou previsivelmente? Provavelmente não, mas já o vimos no passado. A nossa obrigação é promover a F1, não deitá-la abaixo».
E quanto aos carros actuais serem lentos e fáceis de guiar, queixas feitas até por alguns pilotos, Toto Wolff contrapõe dados concretos: «Estamos no início de vida destes carros, é apenas o segundo ano destes regulamentos, mas se compararmos com os tempos feitos pelos antigos V10 ou V8 já no final das suas eras, verão que não andamos muito longe». A «pole» de Hamilton foi meio segundo mais lenta que a melhor «pole» de sempre, de Schumacher em 2003, com um Ferrari V10 3.0 de 930 cv!
«E estamos a consegui-lo com carros que são 100 kg mais pesados e usam menos 50 a 60 kg de gasolina por corrida, o que é impressionante!». Ou seja, com a actual tecnologia mais desenvolvida, é provável que, em 2016, muitos dos vetustos recordes de pista – muitos ainda datam de 2004, como Melbourne, Mónaco ou Montreal… – venham a cair.