O habitual «briefing de pilotos teve a invulgar participação de Mario Isola, responsável de competição de F1 da Pirelli, depois das diversas queixas acerca da prestação dos pneus de chuva no recente G.P. do Brasil. E a marca italiana mostra-se disposta a rever o conceito dos seus pneus de chuva, após a troca de impressões mantida com os pilotos, tendo ouvido os seus testemunhos.
Vários foram os pilotos que se queixaram do constante «acquaplaning» ao longo da prova brasileira. Apesar de terem a capacidade de retirar 65 litros de água por segundo do asfalto, quando rodam a 300 km/h, os pneus «full wet» não evitaram muitos casos de perda de controlo por permitirem que se formasse a película de água que os separava do asfalto.
«Foi uma discussão muito interessante, com pontos de vista bastante diversos. Recolhi informações muito úteis para perceber em que direcção deveremos avançar com este produto», referiu Isola. «Não podemos ter um pneu que funcione numa pista quase inundada mas que também funcione num asfalto com menos água, por isso temos de tomar uma decisão em relação ao que realmente pretendemos. Há até a possibilidade de desenvolvermos dois tipos de pneus de chuva, em função dos asfaltos, porque há pistas com pisos mais lisos e outras com asfaltos mais rugosos, o que faz toda a diferença quanto há água».
«Ninguém estava zangado nem a criticar em excesso», contou Carlos Sainz que se mostrou satisfeito com a conversão com Mario Isola. «Apenas tentámos dar a nossa opinião para melhorarmos o espectáculo no próximo ano, até porque o ‘acquaplaning’ é a nossa principal preocupação porque pode provocar um grande acidente».
Na reunião de pilotos voltou a discutir-se as manobras de defesa de posição, com as mudanças de trajectória nas zonas de travagem. Uma vez mais sem que houvesse uma opinião comum, é de facto impossível os pilotos entenderem-se quando se estão a bater uns com os outros…
Outro assunto discutido foi a estrutura halo de protecção dos habitáculos que já quase todos os pilotos experimentaram. E os responsáveis da FIA aproveitaram para exibir o acidente ocorrido no G.P. de Macau de Fórmula 3, explicando as vantagens que o halo teria tido na protecção do piloto.
