A Pirelli anunciou as conclusões dos aprofundados estudos levados a cabo aos rebentamentos dos pneus dos carros de Rosberg e Vettel, durante o G.P. da Bélgica. E confirmou tudo o que que adiantámos no passado dia 28 de Agosto: a principal razão foi a quantidade de detritos existente na pista belga, o que levou a marca italiana a propor à FIA um estudo acerca da forma de garantir uma limpeza mais eficaz dos circuitos.
Em comunicado, a Pirelli começou por dizer que, após análises microscópicas dos pneus rebentados e testes de outros pneus usados, não encontrou quaisquer falhas estruturais ou de resistência à fadiga. E recordou que, este ano, já foram usados 13.748 pneus «slicks» sem quaisquer problemas. Assim, segundo a Pirelli, «o ocorrido em Spa só se pode dever a factores externos, ligados ao uso prolongado dos pneus numa das pistas mais exigentes do campeonato», em mais uma «bicadinha» à estratégia de uma só paragem da Ferrari…
A marca italiana encontrou 63 cortes no piso de pneus usados pelos F1 em Spa, provocados por detritos, leia-se, pequenas peças deixadas por carros de outras categorias que correram na mesma pista. Uma enormidade comparada com a média de 1,2 cortes por evento (15 em 10 Grandes Prémios) que a Pirelli encontrou até ali! A marca italiana refere que os cortes ocorridos nos pneus de Vettel e Rosberg foram de natureza diferente, daí a forma como ocorreram os rebentamentos, de forma repentina no Ferrari, com partes do pneu a desfazerem-se nas curvas anteriores, no Mercedes.
A Pirelli contou ainda que, após a qualificação do G.P. da Bélgica, e perante o número de cortes detectado, avisou a FIA para a necessidade de melhorar a limpeza da pista e de avisar as equipas, o que a entidade federativa terá feito. Entretanto, para a corrida de Monza, a Pirelli introduziu alterações na utilização dos seus pneus que as equipas deverão seguir, diminuindo o camber em meio grau e aumentando a pressão mínima dos pneus em 5 PSI atrás e 4 PSI à frente.
Perante estas explicações e medidas, os pilotos tiveram uma reacção positiva. Já em Monza, Sebastian Vettel mostrou confiança no trabalho do fornecedor de pneus mas insiste que há que tirar de lições do que sucedeu: «São alterações feitas num curto prazo e vamos ver como nos adaptamos. Isto é uma coisa, outra é, a longo prazo, compreendermos exactamente o que sucedeu», disse o alemão. «É óbvio que todos estão a tentar fazer o seu melhor e que a Pirelli abordou o caso de forma séria e cuidadosa. Só temos de garantir que a situação não se repita porque não é aceitável».
«O assunto foi tratado com grande precisão e estou confiante que iremos guiar em Monza com toda a segurança», declarou Nico Rosberg, enquanto Felipe Massa preferiu dar um contributo, depois de ouvir a explicação dos detritos em pista. «Isso é coisa que temos em todas as corridas, numas mais que noutras. Talvez os pneus devam ser mais robustos para aguentarem os detritos que apanhamos nas pistas».