Ao fim de várias horas a estudar o pneu que rebentou no carro de Nico Rosberg, comparando-o também com vários outros pneus usados no primeiro dia de treinos para o G.P. da Bélgica, os técnicos da Pirelli não encontraram uma razão plausível para o sucedido… Mas prometeram continuar a investigar tanto o pneu como o próprio circuito ao longo da noite, procurando uma explicação.
«Não temos qualquer prova de alguma fraqueza no pneu ou na sua estrutura. O que nos leva a pensar que tudo se ficou a dever a um corte provocado por uma fonte externa», explicou uma fonte da marca italiana que acrescentou: «É quase impossível encontrar exactamente o que terá sido. Estamos também a inspeccionar toda a pista, como já fizemos anteriormente, à procura de algum corrector danificado, um pedaço de metal ou outra coisa qualquer. Iremos trabalhar toda a noite para termos um resultado pela manhã, mas não detectámos qualquer sinal de fadiga do pneu, de qualquer ‘stress’ anormal ou fragilidade invulgar».
Estranho é que o pneu tenha aguentado tanto tempo depois de ter sofrido o alegado corte. Porque, segundo mostraram as imagens televisivas (que mostramos), após a longa recta Kemmel, nos «esses» de Les Combes, vê-se o que parece ser um filamento do pneu a soltar-se, mas Rosberg ainda consegue fazer toda a parte mais sinuosa do circuito até o pneu se rebentar quando entra na parte mais rápida de regresso à zona da meta.
Na altura em que o pneu se rebentou, o Mercedes seguia a 306 km/h! O alemão não ganhou para o susto e, com honestidade, assumiu que nada fez para evitar bater nos «rails»… «Infelizmente não se deveu à minha perícia, foi pura sorte não ter batido em nada! De início é um choque, porque não se espera perder o controlo do carro quando se vai tão depressa».
Por coincidência, antes do acidente de Rosberg a FIA tinha reforçado junto das equipas o aviso de que iria reforçar a vigilância acerca do uso correcto dos pneus, nomeadamente se estavam a ser utilizadas as pressões aconselhadas pela Pirelli, se o camber das rodas estava dentro dos limites tolerados e se não havia trocas de pneus entre os lados direito e esquerdo. Mas este incidente teve um outra causa que a Pirelli não tinha ainda conseguido determinar, embora o corrector de saída da curva de Eau Rouge estivesse «sob suspeita».