A Pirelli foi autorizada a organizar 12 dias de testes, ao longo da temporada de 2016, com a finalidade de desenvolver os pneus mais largos que equiparão os novos F1 de 2017. Poderão ser seis sessões de dois dias e com poucas equipas de cada vez, num esquema que a marca italiana admite ser rotativo para que todas possam ter acesso aos novos pneus.
Por outro lado, a marca italiana está a pensar num programa paralelo para intensificar a preparação de produtos totalmente novos, utilizando para isso um Fórmula 1 próprio. O que não é original, a Pirelli já o fez em 2009 e em 2010, recuperando um chassis Toyota TF109 que nunca chegou a correr, repetindo-o em 2012, então com um Renault R30 de 2010.
Desta feita, contudo, a marca italiana encara a hipótese de fazer estes teste recorrendo a um monolugar… com dez anos! Isto porque serão esses que podem representar melhor o aumento de «performance» esperado para 2017, em que se pretende que os carros sejam 5 a 6 segundos mais rápidos por volta que os actuais: das 19 pistas que integraram o Mundial deste ano, dez recordes da volta datam de 2004 (8) ou 2005 (2), sendo os mais recentes de pistas alteradas ou inauguradas após aquelas datas!
«Queremos testar a partir de Maio e é óbvio que se estamos à espera de um monolugar híbrido será totalmente impossível», declarou Paul Hembery, director desportivo da Pirelli. «Tivemos informações de algumas equipas de que usar carros desses anos passados da F1 seria bastante representativo dos níveis de apoio aerodinâmico de que estamos à procura para 2017, desde que alteremos a geometria das suspensões».
De facto, se se pretende que os carros de 2017 andem muito mais depressa que os actuais e é necessário desenvolver pneus que aguentem essa maior velocidade, se calhar nada melhor que ir buscar monolugares que já o conseguiram fazer… Pelos vistos, poderá ser esse o caminho que a Pirelli quererá trilhar para garantir que tem os pneus certos para cumprir o seu novo contrato de fornecimento exclusivo à F1, entre 2017 e 2019.